Autoridade de Protecção Civil considera "lamentável" crítica à missão portuguesa no Haiti
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) considera "lamentável que alguém se atreva a considerar 'uma missão de fachada'" o envolvimento do grupo português que se deslocou ao Haiti para ajudar as vítimas do sismo.
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Em comunicado, a ANPC refere que a força que partiu de Lisboa no sábado "inclui algumas das pessoas que em Portugal têm mais experiência em intervenções em cenários de catástrofe, como são muitos dos que fazem parte das equipas da ANPC, da FEB, do INEM e da Medicina Legal, bem como da AMI, também parceiro nesta operação".
Esta é a resposta a críticas da Associação de Protecção Civil (SUSF), que defendeu que os membros da Força Especial de Bombeiros 'Canarinhos' "não estão equipados, nem preparados" para a missão que os espera no Haiti, considerando tratar-se de uma missão "de fachada" e "inócua em cenário de catástrofe".
A missão portuguesa, que sábado partiu num avião C-130 da Força Área para o Haiti, é constituída por um grupo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), para a área de emergência médica e acções de socorrismo e de pequena cirurgia, da Força Especial de Bombeiros (FEB) "Canarinhos" para a montagem, organização e funcionamento do campo, uma representante do Instituto de Medicina Legal para aspectos relacionados com a medicina forense, e por uma equipa de cinco pessoas da AMI.
"Considerando o facto de terem sido mobilizadas diversas equipas de busca e salvamento da UE, Portugal entendeu disponibilizar uma missão multidisciplinar assente sobretudo nas valências de emergência médica e abrigos temporários e bens de primeira necessidade, missão essa prontamente aceite pelo MIC [Monitoring and Information Centre - Centro de Monitorização e Informação da Comissão Europeia] e que corresponde ao que se sabe serem hoje as maiores necessidades", explica a ANPC.
A Autoridade de Protecção Civil acrescenta que "ao contrário do referido pelo comunicado da SUSF", a FEB "Canarinhos" assume-se como uma unidade profissional de bombeiros com competências técnicas desenvolvidas através de um programa de formação sustentado "em padrões de treino exigentes, específicos e ambiciosos, bem assim da certificação dos elementos que a compõem, demonstrando elevadas aptidões operacionais, aliás já reconhecidas internacionalmente".