As autoridades colombianas estão a investigar uma possível falta de combustível no avião que se despenhou com uma equipa brasileira de futebol a bordo.
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Em declarações desde o centro de comando das operações de socorro, o presidente da agência colombiana da aviação civil, Alfredo Bocanegra, disse que as comunicações com responsáveis da aviação boliviana sugerem que o avião registava problemas elétricos.
No entanto, os investigadores têm de avaliar o alegado testemunho de uma hospedeira de bordo que terá dito que o avião tinha ficado sem combustível. O jornal "O Globo" diz também que o piloto pode ter descarregado combustível antes de tentar fazer uma aterragem forçada. Segundo Bocanegra, o primeiro o inspetor a chegar ao local indicou que não havia cheiro a combustível na zona do desastre e que não houve combustão. OU seja, não foram encontrados sinais de explosão.
O jornal "El Tiempo", também colombiano, cita fontes da investigação e garante que o piloto pediu prioridade na aterragem porque estava a ficar sem combustível. A torre deu luz verde de imediato, embora houvesse outros voos também na zona à espera para aterrar. O avião começou a descida e só depois reportou a falha elétrica.
"Antes de se despenhar o piloto conseguiu reportar uma falha grave à torre de controlo do aeroporto em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia". Segundo o jornal colombiano "El Pais", Bocanegra disse que o avião tem uma autonomia de voo de quatro horas e 20 minutos. A aeronave precisava reabastecer durante o percurso, e tudo está sob investigação, avançou o responsável. "Parece que não houve reabastecimento, mas está tudo ainda sob investigação".
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A aeronave despenhou-se contra uma montanha conhecida como Cerro Gordo, a cerca de 50 quilómetros de Medellín, e partiu-se em três.
As caixas negras do avião já foram encontradas.
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O aparelho fazia um voo "charter" em que seguia a comitiva da equipa de futebol brasileira Chapecoense Real, que ia disputar a final da Taça Sul-Americana com uma equipa colombiana.
As autoridades colombianas reduziram esta noite para 71 o número de mortos no acidente. Em comunicado, a Unidade Nacional para a Gestão de Risco de Desastres da Colômbia informou que, após confrontar dados, "estabeleceu-se que o total de pessoas que viajavam para a Colômbia eram 77 passageiros e não 81, como inicialmente aparecia nos registos".
Observando as listas de embarque dos passageiros no Brasil, na Bolívia e na Colômbia, chegou-se à conclusão que "apenas embarcaram no voo 68 passageiros de origem brasileira e nove membros da tripulação de origem boliviana".
O filho do treinador do Chapecoense foi um dos que não embarcou, porque se esqueceu do passaporte.
Entre os sobreviventes estão o guarda-redes suplente Jackson Follmann, de 24 anos, e o lateral Alan Ruschel, de 27 anos, e o defesa Neto. Sobreviveram também Rafael Henzel, jornalista, Ximena Suárez, comissária de bordo, e Erwin Tumiri, também da tripulação (técnico da aeronave).
O guarda-redes Danilo Padilha, que tinha sido resgatado com vida dos destroços, morreu no hospital. O guarda-redes está a ser homenageado pela defesa que valeu o apuramento da equipa para a final.
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Em comunicado, o aeroporto de Medellín refere que o avião, com matrícula da Bolívia, "declarou-se em emergência" às 22 horas locais (3 em Portugal continental) "por falhas técnicas", de acordo com a transmissão feita para a torre de controlo.
O avião tinha saído do aeroporto Viru Viru, de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde aparentemente tinha realizado uma escala técnica.