A UNESCO concedeu o estatuto de património cultural imaterial à tradição de fazer a baguete francesa.
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Vários especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), reunidos esta quarta-feira em Marrocos, decidiram que a baguete francesa, feita de farinha, água, sal e fermento, merecia o reconhecimento da ONU, concedendo-lhe o estatuto de património cultural imaterial. O típico pão, que terá sido criado pelo padeiro August Zang em 1839, sobrepôs-se assim ao festival de vinho de Arbois e aos telhados de zinco de Paris, dois ícones nacionais também na corrida para a distinção.
A diretora-geral da agência cultural da ONU, Audrey Azoulay, disse que a decisão é não só um tributo à baguete como honra também "a perícia dos padeiros artesanais" e o "ritual diário" de comprar e comer pão de baguete. "É importante que esses conhecimentos artesanais e práticas sociais possam continuar a existir no futuro", acrescentou A ex-ministra da Cultura francesa.
A boa-nova foi recebida em êxtase pelos padeiros e padeiras do país, com a presidente da federação de padarias, Dominique Anract, a elogiar, em comunicado, aquele que é "um reconhecimento para a comunidade de padeiros artesanais e chefes de confeitaria".
Padarias tracionais em declínio
Embora o consumo de baguetes continue a ser uma constante diária na vida dos franceses, as padarias tradicionais estão em queda - o país perdeu cerca de 400 padarias artesanais por ano desde 1970 -, porque o número de pontos de venda de baguetes aumentou e hoje é possível comprar baguetes em supermercados, quiosques e outros locais. Com essa normalização da venda da baguete, a qualidade do produto piorou, dizem os entendidos.