Uma patrulha da guarda costeira e da Marinha do Bangladesh intercetou, esta terça-feira, uma nova embarcação no golfo de Bengala transportando 116 migrantes, todos bengaleses.
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A embarcação, abandonada pela tripulação alegadamente birmanesa, navegava perto da fronteira birmanesa e tinha como destino final a Malásia, segundo a guarda costeira do Bangladesh.
A ONU pediu aos países do sudeste asiático para manterem as fronteiras abertas dada a presença no mar de milhares de migrantes bengaleses e da minoria rohingya da Birmânia que tentam chegar sobretudo à Malásia.
Segundo organizações de ajuda que colaboram com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), várias embarcações com migrantes estão à deriva depois de terem sido abandonadas pelos traficantes que receavam serem presos ao chegarem à Malásia ou à Tailândia. Os dois países lançaram operações para reprimir esta atividade criminosa.
Cerca de 1.600 migrantes foram resgatados nas últimas horas e encontram-se na Indonésia e na Malásia, mas o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, disse numa conferência de imprensa em Genebra que o organismo foi alertado através de várias fontes "de que podem existir mais embarcações na região que precisam de ser localizadas e ajudadas".
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) salientou ser imperativo salvar os migrantes.
"Ouvimos dizer que é possível que haja 8 mil migrantes neste momento no mar (...) é um número muito importante. Obviamente, se nada for feito para os ajudar, se não receberem comida, combustível e a opção de irem para onde desejam, haverá consequências humanas muito graves", disse o porta-voz da OIM, Leonard Doyle.
Face à crise, a Tailândia anunciou a realização de uma cimeira regional no próximo dia 29 em Banguecoque, com representantes de 15 países, incluindo a Austrália, Indonésia, Malásia, Camboja, Laos, Birmânia, Vietname, Bangladesh e Estados Unidos.