Cidade onde nasceu Jesus não é, este ano, palco de celebrações natalícias. Solidariedade com palestinianos afasta turistas e prejudica economia local.
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Todos os anos, em dezembro, as ruas de Belém, situada na zona central da Cisjordânia, enchem-se de turistas que se dirigem à Terra Santa para celebrar a tradição cristã. Este Natal, as festividades serão diferentes e vão ficar marcadas pelo silêncio. A menos de cem quilómetros, na Faixa de Gaza, está a ser travada uma guerra mortífera e, em solidariedade com os milhares de famílias desmembradas pelo conflito sem fim à vista, não haverão celebrações. Nem mesmo a Basílica da Natividade, associada ao local de nascimento de Jesus, escapa à calmaria. Não há turistas e a euforia da época é escassa.
As decorações luminosas, a árvore gigante e os mercados que fazem as delícias dos visitantes e engrandecem o espírito natalício de quem passa, este ano, não ornamentam a Praça da Manjedoura. No entanto, a ausência destes elementos em pleno dezembro não é surpreendente. No mês passado, já com os confrontos entre Israel e o Hamas em curso, os líderes religiosos de Belém pediram que se evitassem demonstrações públicas de celebração e, em vez disso, se intensificassem as orações pelas vítimas da guerra na Faixa de Gaza. O apelo foi atendido pelas autoridades locais de Belém, ao anunciarem que não iam instalar adornos alusivos à data em solidariedade com o período trágico que se está a viver mesmo ali ao lado.