No Hospital de Marjayoun, um dos principais no Sul do país, quatro paramédicos foram mortos num ataque israelita com drones às ambulâncias estacionadas à entrada da unidade.
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Os contínuos bombardeamentos israelitas ditaram hoje o encerramento de três hospitais no Líbano, onde já se registaram as mortes de três dezenas de médicos que se encontravam de serviço. Todos os profissionais foram retirados na manhã de ontem do hospital público de Marjayoun, um dos principais no Sul do país, depois de um ataque de drones ter assassinado quatro paramédicos, colocando o hospital fora de atividade.
O diretor do Hospital de Marjayoun, Mounes Kalakesh, referiu em declarações aos jornalistas que um ataque aéreo israelita “alvejou ambulâncias na entrada principal do hospital”, o que resultou na morte de quatro paramédicos, tendo sete outros ficado feridos.
A unidade tem sido um dos principais prestadores de serviços no Sul do Líbano, sobretudo porque a intensificação da campanha aérea de Israel, nas últimas duas semanas, desalojou muitos dos profissionais de saúde da região.
Também o Hospital Sainte Thérèse, nos subúrbios a Sul de Beirute, sofreu “enormes danos” depois de “aviões de guerra israelitas terem atacado as proximidades” das instalações, o que “levou à suspensão dos serviços hospitalares”, segundo a agência noticiosa do Líbano, a NNA. Israel realizou ainda um ataque ao centro da organização islâmica de saúde em Khirbet Selem, causando feridos na tarde ontem, de acordo com a mesma agência.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou na quinta-feira que pelo menos 28 médicos em serviço foram mortos no espaço de 24 horas no país invadido por Israel numa incursão terrestre iniciada na noite de segunda-feira e sob contínuos ataques aéreos.
Já o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, apelou hoje à comunidade internacional que pressione Telavive “para permitir que as equipas de resgate e socorro cheguem aos locais bombardeados e lhes permita transportar” as vítimas.
Na noite de quinta para sexta-feira, Beirute viveu um dos bombardeamentos mais intensos desde o início da campanha israelita, há duas semanas. Fonte próxima do Hezbollah disse à agência AFP que Israel conduziu 11 ataques consecutivos ao bastião do grupo xiita na capital libanesa.
Hashem Safieddine, o candidato mais provável para substituir Hassan Nasrallah na liderança do Hezbollah e atual chefe do seu conselho executivo, terá sido o alvo dos ataques, que visaram uma reunião de figuras da cúpula do Hezbollah.
“Operação legal e legítima”
O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, liderou as orações da manhã desta sexta-feira na mesquita Imam Khomeini Grand Mosalla, no centro de Teerão, para um raro sermão público – o primeiro em quase cinco anos.
Ali Khamenei declarou que o ataque de terça-feira contra Israel foi “legítimo”. “A operação das nossas Forças Armadas há algumas noites foi totalmente legal e legítima”, salientou, acrescentando que Teerão não iria “procrastinar ou apressar-se a cumprir o seu dever” no confronto com Israel.
O líder supremo iraniano assinalou ainda que a investida de Teerão foi “castigo mínimo” para Israel, contra os seus “crimes avassaladores”.