Dylan Earl, de 20 anos, vai aguardar julgamento em prisão preventiva, estando acusado de prejudicar empresas ligadas à Ucrânia para beneficiar a Rússia.
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Um jovem britânico é acusado de ter recrutado pessoas para incendiar empresas londrinas com ligações à Ucrânia, agindo, alegadamente, como espião russo.
Segundo documentos judiciais, Dylan Earl, de 20 anos, associado ao antigo Grupo Wagner, realizou atividades fraudulentas e identificou indivíduos para ajudar um serviço de informações estrangeiro.
O jovem terá planeado um incêndio em duas unidades de uma área industrial em Leyton, a 20 de março, obrigando à intervenção de seis dezenas de bombeiros. Assim, é acusado de ter estado envolvido nos preparativos de um ato capaz de por em perigo a segurança dos cidadãos no Reino Unido.
Mais três homens foram acusados de incêndio criminoso: Paul English, de 60 anos, Nii Kojo Menash, de 21, e Jake Reeves, de 22. Um quinto cidadão, Dmitrijus Paulauska, de 22 anos, está acusado de ter informações sobre atos terroristas. Todos eles foram presentes a tribunal e ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva.
Dominic Murphy, comandante da unidade antiterrorista da Polícia Metropolitana, deixou um apelo aos londrinos, tentando sossegá-los. "Embora sejam alegações muito sérias, quero tranquilizar as pessoas. Não acreditamos que haja uma ameaça mais ampla ligada a este caso", referiu, citado pela Sky News.
As relações entre a Rússia e o Reino Unido já estavam tensas e deterioraram-se com a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. O ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, David Cameron, mostrou-se preocupado com as alegações do caso, garantindo, numa publicação no X (antigo Twitter), que será usado todo o peso do sistema criminal para responsabilizar "qualquer pessoa considerada culpada de crimes ligados à interferência estrangeira".
Londres convoca embaixador russo
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico convocou o embaixador russo em Londres, Andrei Kelin, depois do jovem britânico ter sido acusado de ataques a "empresas ligadas à Ucrânia".
"O Reino Unido continua profundamente preocupado com as alegações de atividades maliciosas orquestradas pela Rússia" em solo britânico, afirmou um porta-voz do ministério, citado na nota informativa. No mesmo comunicado, a diplomacia britânica apelou ao "fim imediato destas atividades".
"Continuaremos a trabalhar com os nossos aliados para dissuadir e defender contra todo o espetro de ameaças provenientes da Rússia", acrescentou o serviço diplomático britânico.