Os militares colocados à porta dos principais edifícios do Estado belga e da União Europeia denotam o alerta amarelo em que Bruxelas vive, mas, para os cidadãos comuns, a vida rotina diária não parece ter-se alterado.
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Os restaurantes e o comércio funcionam normalmente e, como sempre, há pessoas a caminhar nas ruas, habituadas a conviver com temperaturas que pouco mais sobem além do grau de congelamento, em pleno janeiro.
"Não é mais perigoso viver aqui do que em Londres, Amesterdão ou Madrid", acredita Bertha, uma alemã a viver na Bélgica. "Vejo muitos militares na rua, sei do sucedido na semana passada, mas faço a minha vida habitual", disse, enquanto caminhava, apressada, de regresso ao trabalho.
Olhando para as ruas da cidade, esse parece ser o sentimento geral. Agnes, funcionária pública, de 31 anos de idade, desafiava com uma amiga o vento gélido abrigada numa esplanada, ao lado da Comissão Europeia. Aquecida por um café com leite, disse que, "claro", viu os miliares na rua e ouviu falar do alerta, mas desvalorizou a ameaça. "Não tenho medo, estamos habituados", disse, referindo-se ao facto de a sede do governo comunitário sempre ter sido um alvo potencial.
Philip Gerrard, reformado de 68 anos, destoava do grupo que saiu do metro por caminhar devagar. "Os militares dão-nos uma sensação de segurança, mas Bruxelas é multicultural", disse. Com os ministros dos Negócios Estrangeiros reunidos na cidade, Philip espera que assim continue. "Quero poder continuar a ouvir tantas línguas diferentes serem faladas nas minhas ruas".