Cerimónia de proclamação do rei britânico decorreu no Palácio de St. James, em Londres. Segue-se programa de encontros com líderes políticos.
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"God save the king". Ouvido há 70 anos, pela última vez, sem qualquer alteração, o hino nacional britânico volta agora a ser ecoado com a sua letra oficial, em honra a Carlos III. Proclamado rei com 73 anos no Palácio de St. James, em Londres, o sucessor de Isabel II prometeu dedicar "o que resta" da sua vida à "tarefa pesada" que lhe foi confiada. Garante estar "profundamente consciente desta grande herança e dos deveres e pesadas responsabilidades da soberania" que são agora seus: rei do Reino Unido e chefe de Estado da Commonwealth, uma associação de 56 países independentes.
Durante todo o seu discurso, Carlos III teve, do seu lado direito, Camila, agora rainha consorte, mas também o seu filho mais velho, William, que herda o título de príncipe de Gales e sucessor ao trono. Esta foi a sua primeira aparição depois da morte da avó. O funeral de Isabel II, cujo dia foi já declarado feriado nacional, deverá realizar-se no próximo dia 19, na Abadia de Westminster.
"Continuar a tradição"
A assistir à cerimónia de proclamação, intitulada de "Conselho de Adesão" - transmitida em direto pela primeira vez na História -, estiveram várias figuras do Governo britânico. Entre elas, uma série de ex-primeiro-ministros, incluindo Boris Johnson, John Major (que sucedeu a Margaret Tatcher), David Cameron e Theresa May, além da recentemente indigitada ao cargo, Liz Truss.
Terminada a sessão, seguiu-se o toque de trombetas na varanda do palácio e salvas de canhões junto à Torre de Londres e noutras cidades como Edinburgo e Cardiff.
Relembrando que o reinado da sua mãe, Isabel II, "foi inigualável na sua duração, dedicação e devoção", Carlos III prometeu esforçar-se para seguir "o exemplo inspirador" que lhe foi dado e "continuar a tradição", certo de que será "guiado pelo afeto e lealdade dos povos cujo soberano foi chamado a ser" e "encorajado pelo apoio" da sua "amada esposa".
E é cumprindo, precisamente, a tradição, que, nos próximos dias, Carlos III e Camila vão percorrer a Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales, em encontros com líderes políticos e da sociedade civil. De acordo com a BBC, a primeira paragem será a Escócia: o casal real visitará o Parlamento e participará numa vigília em memória da monarca. Na terça-feira, voarão para Belfast, mas regressarão a Londres no mesmo dia, para assistirem à chegada do caixão de Isabel II, acompanhado pela princesa Anne, ao Palácio de Buckingham, às 20 horas.
Antes, em Belfast, no Castelo de Hillsborough, Carlos e Camila visitarão uma exposição sobre a longa relação da rainha com a Irlanda do Norte e marcarão presença numa cerimónia em memória da monarca. Está previsto o envio, a Carlos III, de uma mensagem de condolências do presidente da Assembleia da Irlanda do Norte.
O casal real voltará a viajar na sexta-feira, para o País de Gales.
William, Kate, Harry e Meghan agradecem apoio
Saíram do Castelo de Windsor, ao final da tarde deste sábado, para ler os tributos deixados à rainha no exterior. Enquanto William, Kate, Harry e Meghan olhavam as flores, a multidão permaneceu em silêncio. Os casais reais apareceram pela primeira vez em público, juntos, desde que Isabel II morreu, na quinta-feira. A multidão que se reuniu junto aos portões do castelo irrompeu em aplausos quando os quatro membros da família real se aproximaram. Dezenas de simpatizantes deixaram palavras de apoio à medida que os príncipes de Gales e os duques de Sussex os cumprimentavam e agradeciam.