Um gigantesco cartaz, numa auto-estrada de Caracas, tenta captar o voto da comunidade portuguesa a favor da reeleição presidencial ilimitada de Hugo Chávez no referendo de domingo.
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"Os portugueses desfrutam do direito a... à candidatura contínua dos seus candidatos", dizem as letras brancas do cartaz, colocado na auto-estrada de Prados del Este, pouco antes do Distribuidor de Santa Fé, uma localidade muito transitada.
Sem mencionar a realização do referendo, nem a reeleição ilimitada, e com a cor vermelha (a cor da "revolução bolivariana") de fundo, o cartaz destaca ainda uma imagem colorida do galo de Barcelos, uma das imagens que é associada imediatamente com Portugal.
Em fundo aparecem ainda várias assinaturas, entre elas uma cópia da assinatura do Libertador Simón Bolívar.
Nascido em Caracas, Simón Bolívar foi um importante militar e político venezuelano (1783 - 1830). Destacou-se na emancipação sul-americana frente ao império espanhol, ao impulsionar a independência de Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela, tendo recebido o título de "El Libertador" pelas autoridades de Mérida (Venezuela) em 1825.
Segundo várias fontes, o cartaz foi colocado há três dias e faz parte de uma série de cartazes que subliminarmente apelam ao voto a favor da reeleição presidencial ilimitada de Hugo Chávez e de todos os cargos de eleição popular.
Os venezuelanos vão domingo às urnas para dizer se aprovam uma emenda da Constituição Nacional que permitirá a Hugo Chávez candidatar-se ilimitadamente à Presidência da República.
Para o referendo foram convocados 16,7 milhões de venezuelanos que deverão decidir sobre uma proposta que prevê que sejam emendados cinco artigos da Carta Magna, para permitir a reeleição presidencial ilimitada e de todos os cargos de eleição popular.
A actual Carta Magna prevê que o presidente possa ser reeleito apenas para dois mandatos seguidos e, se a emenda constitucional não vingar, Hugo Chávez terá que abandonar o poder em 2012.