O casal britânico idoso, libertado pelas autoridades talibãs após ter estado detido no Afeganistão durante quase oito meses, chegou este sábado a Londres, noticiou a agência de notícias France-Presse (AFP).
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Peter Reynolds, de 80 anos, e Barbie Reynolds, de 76 anos, chegaram no início da tarde ao aeroporto de Heathrow, a oeste de Londres, num voo comercial proveniente do Qatar, país mediador na sua libertação, segundo a AFP.
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O casal não falou com os jornalistas que os aguardavam.
De acordo com um diplomata qatari, ambos se submeteram a exames médicos.
As autoridades talibãs recusaram-se a explicar as razões pelas quais o casal foi detido em fevereiro, quando regressava ao Reino Unido.
Os quatro filhos do casal afirmaram num comunicado estar "eternamente gratos" ao Qatar e reconheceram que "o caminho para a recuperação será longo até que (os seus) pais recuperem a saúde".
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também elogiou o "papel essencial" desempenhado pelo Qatar e, em particular, pelo emir Tamim ben Hamad Al-Thani, nesta libertação.
Doha é o interlocutor privilegiado entre os talibãs que regressaram ao poder no Afeganistão em 2021 e a comunidade internacional que não os reconhece, exceto Moscovo.
Os dois britânicos, que se casaram em Cabul em 1970, lideram há muitos anos uma associação que oferece programas de educação a crianças e mulheres.
O casal também adquiriu a cidadania afegã e as autoridades talibãs não cessavam de repetir que os consideravam cidadãos, sem nunca, no entanto, anunciarem acusações contra o casal.
Apaixonada pelo país há décadas e residindo lá há 18 anos, Barbie Reynolds afirmou na sexta-feira que estava "ansiosa para voltar ao Afeganistão".
"Somos cidadãos afegãos", disse.
Foi também através de Doha que outros estrangeiros foram libertados, como a sino-americana Faye Hall, detida em 01 de fevereiro na província de Bamiyan, a oeste de Cabul, na companhia de Peter e Barbie Reynolds, seus amigos, e libertada no final de março.
Londres foi uma das poucas capitais ocidentais a ter anunciado a libertação de vários milhões de dólares para ajudar o Afeganistão, atingido em 31 de agosto por um sismo de magnitude 6, o mais mortal da sua história recente, com mais de 2.200 mortos.
O casal esteve inicialmente preso num centro de segurança máxima, antes de ser transferido no final de julho para Cabul, onde especialistas da ONU puderam visitá-los.