São as eleições autonómicas mais decisivas das últimas décadas na Catalunha. A comunidade autónoma vota, este domingo, sobre o início do processo de independência em relação ao resto de Espanha.
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Os catalães vão chegam este domingo às urnas com a sensação de que estão a decidir algo mais do que quem governará a comunidade autónoma durante os próximos quatro anos. É a primeira vez na história da democracia espanhola que um escrutínio de âmbito autonómico se transforma numa decisão sobre soberania.
Se a eleição conceder uma vitória clara aos partidos favoráveis à convocação de um referendo sobre a independência, o processo de autodeterminação estará lançado. No entanto, a composição do Parlamento catalão que sairá das urnas é difícil de prever.
Embora a coligação conservadora liderada por Artur Mas sairá vencedora, o mais provável é que a ambicionada maioria absoluta lhe escape, obrigando a CiU a ter que chegar a acordos com os partidos da Oposição para poder governar e para avançar com o projeto nacionalista.
A dúvida está em qual será o segundo partido mais votado, uma vez que as mais recentes sondagens deixavam em lugares muito próximos a quatro formações políticas: o conservador Partido Popular, o Partido Socialista, a independentista Esquerda Republicana ou a ecossocialista Iniciativa per Catalunya.
Para trás ficarão duas semanas de uma campanha eleitoral atípica em que, em plena crise económica, os temas mais debatidos foram a soberania da região e as acusações de corrupção levantadas contra Artur Mas.
O que é certo é que o governo eleito nas eleições terá que enfrentar os números vermelhos em que se encontra a comunidade autónoma: perto de 22% de desempregados (que, no caso dos jovens, chega a 50%), uma dívida acumulada de 44 mil milhões de euros e um pedido de resgate interno.