Cerca de 3800 famílias afetadas pelas cheias que assolam Moçambique desde janeiro foram realojadas nas últimas semanas no centro e norte do país.
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"As famílias estão entusiasmadas, elas querem ocupar os terrenos. Até agora, cerca de 3800 famílias foram reassentadas em todas zonas afetadas", assegurou a porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Rita Almeida, em declarações à Lusa em Maputo.
As cheias que assolam as províncias do centro e norte de Moçambique, desde 12 de janeiro, afetaram mais de 177 mil pessoas e já fizeram 158 mortos. "No que diz respeito aos óbitos, o número tende a subir. Este fenómeno é justificado pelo facto de algumas pessoas que, num primeiro momento, foram dadas como desaparecidas terem sido consideradas mortas", afirmou Rita Almeida.
De acordo com a porta-voz do INGC, em algumas regiões das províncias do centro e norte de Moçambique os centros de acomodação temporária foram desativados e todos os afetados foram realojados em zonas seguras.
"Neste momento, por exemplo, a província do Niassa já não possui centros de acomodação. Todas as pessoas estão nos bairros de reassento", afirmou Rita Almeida, assegurando que as populações estão a receber assistência alimentar e palestras de educação sanitária.
Vários países e organizações humanitárias nacionais e internacionais manifestaram a sua solidariedade às vítimas das cheias em Moçambique, doando produtos de primeira necessidade, que não chegam com facilidade às zonas afetadas devido à intransitabilidade das vias de acesso.
"Neste momento, estamos a fazer esforços para evacuar os produtos doados através de camiões. Entretanto, temos distritos inacessíveis em algumas províncias, como é o caso da Zambézia [província mais afetada pela enxurradas e onde 70% do distritos foram isolados devido à calamidade]. Tudo isso é um desafio que estamos a tentar encontrar formas para vencer", disse Rita Almeida.
As chuvas causaram a destruição de várias infraestruturas, nomeadamente escolas, casas e pontes, com destaque para o desabamento da ponte sobre o rio Licungo, em Mocumba, na província da Zambézia, que deixou intransitável a Estrada Nacional Número 1, a única que liga o sul e centro ao norte de Moçambique.