O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse segunda-feira que continua a lutar pela sua saúde, garantindo que vencerá a batalha contra o cancro, e revelou que esteve quatro dias nos cuidados intensivos depois da operação em que lhe foi retirado um tumor cancerígeno.
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"Vocês compreendem perfeitamente as dificuldades desta batalha. Que ninguém pense que a minha presença aqui, neste dia 4 de Julho, significa que ganhámos a batalha. Não! Começámos a subir a montanha, a vencer o mal que se incubou no meu corpo, quem sabe por quantas razões, mas temos que continuar, primeiro eu, com um plano estritamente médico científico, passo a passo", disse Hugo Chávez.
O presidente da Venezuela falava para milhares de simpatizantes, concentrados junto do palácio presidencial de Miraflores para o ouvir falar na Varanda do Povo, que o receberam gritando "Voltou! Voltou! Voltou!", "P'ra frente comandante", "Uh, Ah, Chávez não se vai" (embora) e "Obrigado Fidel (Castro)".
Durante o encontro, transmitido obrigatoriamente em directo pelas rádios e televisões do país, Hugo Chávez, explicou que, depois de operado a um abcesso pélvico, foi submetido a uma "segunda intervenção, profunda, de mais de seis horas", em 20 de Julho.
"Entreguei-me a Deus, à ciência e em última instância a esta grande vontade, este grande amor e paixão que, graças a vocês, levo no meu peito e no meu coração", disse.
De imediato ergueu um crucifixo, que disse ser o mesmo que ergueu em Abril de 2002, quando regressou a Miraflores, depois de ter sido temporariamente afastado do poder.
"Levanto-o de novo, Cristo connosco, quem [está] contra nós? O povo connosco, a pátria connosco. A revolução hoje está mais viva que nunca, sinto-a, vivo-a e palpo-a", disse, vincando que a 24 de Julho, dia do aniversário da Batalha de Carabobo, quando ainda estava em terapia intensiva "levantou-se e nesse mesmo dia começou o recuperação".
Hugo Chávez, que falou durante pouco mais de meia hora, apareceu com um traje militar, com um boné vermelho, ondeando uma bandeira venezuelana e acompanhado pelas duas filhas, e começou cantando o hino nacional e com vivas à Venezuela, à revolução bolivariana, aos povos da América Latina e Caraíbas, a Fidel Castro e a ele próprio, vincando que "iniciou-se a recuperação".
Pouco depois, referiu que as manifestações de amor que recebe são "o melhor remédio para qualquer doença", mas que durante algum tempo estará submetido "a um estrito controlo médico-científico" e, evocando uma expressão de Simón Bolívar, aquando do terramoto de 1812, sentenciou: "Se a natureza se opõe, lutaremos contra ela e faremos que nos obedeça".
Durante a sua alocução, Hugo Chávez explicou que superou uma primeira etapa e começou um tratamento complementar, que está a comer de maneira voraz e são e que voltou a ser cadete de 1.º ano, levantando-se pelas 05.00 horas da manhã para olhar o sol e começar uma nova jornada de trabalho.