<b> </b> O presidente do Governo regional catalão, Artur Mas, afirmou, esta terça-feira, que "chegou a hora" de a Catalunha exercer o "direito á autodeterminação", processo que requer "sentido de Estado". <b> </b>
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Mas proferiu um discurso de 90 minutos na abertura do debate de política geral no parlamento da Catalunha, nordeste de Espanha, durante o qual anunciou a realização de eleições antecipadas a 25 de novembro na região.
"Chegou a hora. Não é preciso procurar inimigos exteriores, só temos que nos fixar na nossa força interior. Apoia-nos uma história milenária. Apoia-nos ser uma das democracias mais antigas da Europa", declarou.
"Chegou a hora da Catalunha exercer o direito à autodeterminação. De maneira democrática, pacífica", disse Artur Mas.
O presidente do Governo regional da Catalunha anunciou que vai dissolver o Parlamento regional "nos próximos dias" e convocou eleições antecipadas para 25 de novembro.
"Decidi dissolver o Parlamento da Catalunha e convocar eleições para domingo 25 de novembro. Em momentos excecionais impõem-se decisões excecionais", disse.
Entre os motivos que apresentou para justificar a decisão, Mas referiu-se ao protesto do passado 11 de setembro, considerando que "um milhão e meio de pessoas encheram as ruas" para "fazer um grande ato de fé na Catalunha".
"A voz da rua foi massiva e potente e isso tem que se transferir para as urnas. Se o nosso país empreende um caminho de grande envergadura, precisa o apoio do parlamento e isso consegue-se com urnas", disse Mas.
"Qualquer outro tipo de consulta sobre o futuro nacional representaria uma certa fraude por parte da nossa classe política e por mim também. Porque no programa com que me apresentei às eleições havia um concerto económico, mas nada mais além", sublinhou.
Para Mas, esta "nova etapa requer uma nova legitimidade, na Catalunha, face a Espanha e à comunidade internacional".
O líder catalão considerou que a proposta de pacto fiscal - que apresentou na semana passada ao presidente do Governo espanhol, sem êxito -- "não foi entendido pelo Governo central como uma oportunidade".
"Foi visto como solução e não como um problema", afirmou. "Tenho que ser coerente com as minhas ideias e os meus princípios", acrescentou ainda.