A candidata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton afirmou na quarta-feira que o Presidente russo, Vladimir Putin, tenta "interferir" nas eleições norte-americanas.
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"Putin preferiria ter uma marioneta como Presidente", disse Clinton no terceiro e último debate com o seu rival na corrida à Casa Branca, em referência a um relatório recente das agências de inteligência norte-americanas que aponta Moscovo como responsável por pirataria informática com o intuito de influenciar as eleições nos Estados Unidos, marcadas para novembro.
Num debate entre os dois, Clinton reiterou ainda que Trump é "perigoso" e não serve para ser Presidente do país, recuperando declarações de Bernie Sanders, com quem disputou as primárias do Partido Democrata.
"[Bernie Sanders] disse que [Trump] é a pessoa mais perigosa a candidatar-se a Presidente na história moderna da América. Eu penso que ele tem razão", afirmou.
Trump reconheceu o seu respeito pela "firmeza" do Presidente russo, respondendo que a "marioneta" é Hillary Clinton, já que Putin foi "mais inteligente" na Síria e na Ucrânia do que o Governo do Presidente norte-americano, Barack Obama, do qual Clinton foi secretária de Estado.
"Putin não tem respeito por esta pessoa. Você é a marioneta", atirou o republicano, num dos momentos mais acalorados do debate sobre a incapacidade da democrata para manter os Estados Unidos como potência mundial.
Clinton afirmou que "não existem precedentes" das tentativas de manipulação das eleições por parte de uma potência estrangeira, algo pelo qual apontou Trump como responsável por causa dos comentários sobre o Presidente russo.
"Não conheço Putin", replicou o magnata nova-iorquino.
O debate, em Las Vegas, com a duração prevista de 90 minutos, encontra-se dividido em seis segmentos de 15 minutos dedicados aos seguintes temas: dívida nacional e programas sociais, imigração, economia, Supremo Tribunal, política externa e na capacidade dos candidatos para exercerem o cargo de Presidente.
Sobre a economia, Trump assegurou que se chegar à Casa Branca criará uma "máquina económica" como não se vê "há décadas" que fará com que os Estados Unidos cresçam a um ritmo anual de cinco ou seis por cento.
Para o republicano, se Clinton vencer as eleições e governar o país, o crescimento será "menos do que zero" e considerou que a ex-secretária de Estado quer continuar a linha do atual Presidente, Barack Obama, responsável pela recuperação mais lenta de uma crise registada na história dos EUA.
Hillary Clinton afirmou que aquilo que Trump quer é baixar os impostos dos mais ricos, insistindo que, no seu caso, não propõe aumentos da carga fiscal para a classe média.
"Subiremos os impostos dos mais ricos", afirmou a democrata, que garantiu que protegerá os programas sociais e a reforma da saúde iniciada pelo atual Presidente e conhecida como "Obamacare".
A melhor forma de recuperar a economia é "reconstruir a classe média", sublinhou.
Este foi o terceiro e último debate entre Trump e Clinton antes das eleições de 08 de novembro