Sondagem coloca Direita perto de Madrid. Santiago Abascal poderá querer estender a todo o país modelo governativo da Comunidade Valenciana que rejeita violência de género. Pacto regional coloca em causa a educação sexual nas escolas.
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Desde que foram conhecidos os resultados das eleições locais de 28 de maio, o Partido Popular (PP), de Direita, e o Vox, de extrema-direita, já assinaram dois acordos regionais que permitiram a formação de governos na Comunidade Valenciana e na Extremadura, com o partido conservador a fixar-se ainda na liderança de mais de 140 autarquias em todo o país. Para as legislativas, marcadas para dia 23 de julho, o partido de Alberto Núñez Feijóo também está em vias de conquistar uma grande fatia dos votos, mas para obter uma maioria absoluta no Congresso dos Deputados deverá precisar da força do partido de extrema-direita. Santiago Abascal, líder do Vox, já sonha com um lugar no Executivo e deverá fazer pressão para alargar a toda Espanha o modelo governativo que alcançou com o PP em Valência, o que inclui um conjunto de cedências no qual múltiplos direitos e liberdades individuais são colocados em causa.
O cenário de possível aliança é corroborado por uma sondagem da Sigma Dos, publicada este sábado no jornal espanhol "El Mundo", que coloca o PP com 35% das intenções de voto, podendo sentar 145 deputados. Em segundo lugar surge o PSOE de Pedro Sánchez com 28,2% (104 parlamentares), segue-se o Vox com 12,8% (35 lugares) e, em quarto, a coligação Sumar com 12,5% (30). Juntando os assentos do PP com o Vox, a Direita teria força para formar Governo ao somar 180 vagas no Parlamento, ultrapassando assim os 175 lugares necessários para sustentar uma maioria absoluta.