Embate entre três comboios no Leste da Índia provocou mais de mil feridos. Primeiro-ministro, Narendra Modi, garante que responsáveis serão "severamente punidos".
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As imagens das longas carruagens tombadas, amontoadas, afastadas da ferrovia, dão conta da violência do acidente que na sexta-feira amputou o destino a pelo menos 288 dos mais de 3400 passageiros que seguiam nos três comboios que colidiram - um deles de carga - em Balasore, no estado de Odisha. Junto ao emaranhado de destroços e ferro torcido, filas de dezenas de corpos cobertos por lençóis brancos, os pertences espalhados no solo, e a indignação geral perante aquele que foi já descrito como o mais mortal acidente ferroviário na Índia neste século.
O Coromandel Express seguia, ao final do dia de sexta-feira, de Calcutá para Chennai quando, pelas 19.20 horas locais, colidiu com um comboio de carga em Balasore, que por sua vez descarrilou e embateu no Bengaluru-Howrah Superfast Express, que viajava na direção oposta. Nos dois comboios de passageiros seguiam mais de 3400 pessoas, segundo o jornal "The Guardian". Carros, ambulâncias e tratores levaram os corpos para os hospitais locais, enquanto alguns dos mortos foram empilhados numa escola nas proximidades.
A operação de resgate terminou este sábado com o número de mortos a ascender aos 288 e os feridos a 803, dezenas deles em estado muito grave, de acordo com o último comunidado da autoridade ferroviária. A agência noticiosa indiana ANI referiu depois a existência de mais de mil feridos.
Segundo o "The Guardian", dez dos 23 vagões que compunham o Coromandel Express ficaram gravemente danificados e dois dos vagões do Howrah Superfast Express capotaram.
Investigação em curso
Presente este sábado no local, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, visitou alguns dos feridos no Fakir Mohan Hospital e prometeu que "os responsáveis serão severamente punidos".
"É um doloroso acidente. (...) Este acidente é muito sério para o Governo. O Governo fará todo o possível no tratamento dos feridos. Instruções foram dadas para todo o tipo de investigações e quem for considerado culpado não será poupado", indicou ainda o chefe do Executivo, citado pela agência ANI.
<p>Narendra Modi agradeceu à população de Odisha que acorreu ao local para ajudar os sobreviventes, quer na doação de sangue quer no apoio às equipas de resgate.
O ministro da Ferrovia, Ashwini Vaishnaw, examinou os destroços e deixou também a garantia de uma investigação de fundo para apurar, inclusive, se uma falha na sinalização terá estado na origem do acidente. Vaishnaw prometeu que medidas serão tomadas para assegurar que outros acidentes não ocorram no futuro.
O primeiro-ministro António Costa enviou hoje condolências ao seu homólogo Narendra Modi, em mensagem publicada no Twitter. Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, endereçaram condolências à Índia. "Partilhamos a vossa dor e desejamos sinceramente uma rápida recuperação a todas as vítimas. A UE está pronta a ajudar no que for possível", escreveu Michel no Twitter.</p>