Comissária europeia na adverte que não haverá condescendência face abusos na Líbia
A comissária europeia para a Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva, advertiu esta quinta-feira contra eventuais novos abusos na Líbia, afirmando que Bruxelas "não dará uma confiança sem reservas" ao novo poder líbio, liderado pelo Conselho Nacional de Transição.
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"Se um novo derramamento de sangue ocorrer na Líbia, a União Europeia (UE) vai opor-se. A atitude da UE para com aqueles que não respeitarem a lei será a mesma que foi assumida com Muammar Kadafi", disse a comissária, numa entrevista a uma rádio pública búlgara.
A organização não governamental Human Rights Watch tem denunciado, durante o último mês, a ocorrência de pilhagens, incêndios de natureza criminosa e actos de violência perpetrados por alguns elementos da rebelião líbia.
Também a Amnistia Internacional (AI) tem vindo a denunciar abusos e actos de tortura cometidos na Líbia pelos dois lados do conflito militar.
"A UE aceita o novo poder da Líbia, mas não será uma confiança incondicional", insistiu a representante comunitária.
"Observamos com muita atenção todas as mudanças ocorridas na Líbia. É a melhor maneira de ajudar o povo líbio", concluiu.
Na quarta-feira, Bruxelas voltou a defender o respeito do direito internacional e dos direitos humanos no território líbio, num momento em que o Comité Internacional da Cruz Vermelha divulgou que os rebeldes prenderam "centenas" de combatentes leais a Kadafi, incluindo mercenários.
Os rebeldes controlam a maior parte do país desde há mais de uma semana, mas desconhece-se o paradeiro do coronel Muammar Kadafi, que ascendeu ao poder após um golpe militar ocorrido no dia 1 de Setembro de 1969, há precisamente 42 anos.