Os confrontos entre manifestantes e polícia abrandaram ao cair da noite de sábado em Toronto, onde se iniciava a cimeira do G20, mas a tensão mantém-se.
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O que se esperava que fosse uma gigantesca manifestação pacífica, com perto de uma dezena de milhar de pessoas a protestar contra a realização da cimeira do G20, acabou por virar em violência, com agressões e vandalismo em lojas, incêndio de carros, incluindo da polícia, e levando ao rápido accionamento da polícia de intervenção.
Com o objectivo de impedir o acesso à zona do centro de congressos na baixa de Toronto onde no domingo se realizam os trabalhos da cimeira do G20, a polícia barrou artérias, incluindo a Avenida da Universidade, onde se localiza o edifício em que está instalado o Consulado-Geral de Portugal.
Algumas franjas de manifestantes, com elementos vestidos de negro e encapuçados, começaram a destruir o encontravam à sua passagem, quer lojas, quer viaturas, arremessando-lhes pedras, pintando "graffitis" e lançando-lhes fogo.
As forças policiais, já de prevenção, não tardaram a intervir com o envio de milhares de agentes para dispersar a multidão de manifestantes enfurecidos, recorrendo à bastonada e a gás lacrimogéneo, fazendo questão de exibir outros equipamentos a utilizar em caso de necessidade como armas de balas de borracha e canhões sonoros.
Foi este o cenário que acolheu em Toronto ao final da tarde de sábado a chegada das delegações dos vinte países participantes na cimeira do G20, aberta esta noite com um jantar oferecido pelo chefe de Governo canadiano, Stephen Harper.
Em declarações a repórteres do canal público televisivo CBC -- Canadian Broadcasting Corporation, o ministro federal da Segurança Pública atribuiu os confrontos a "elementos radicais".
Os líderes dos oito países mais ricos do mundo que se encontravam desde sexta-feira para a reunião do G8, em Hunstville, a 180 quilómetros a norte de Toronto, viajaram para a cidade de Toronto, para se juntaram aos restantes representantes do G20 para a cimeira.
O presidente do Brasil, um dos países membros do G20, é o grande ausente da cimeira, em que se fará substituir pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O chamado Grupo dos G20 integra o Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Japão, Alemanha, Rússia e as economias em desenvolvimento da Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do sul e Turquia.
A União Europeia é o 20.º membro do G20 e fez-se representar nestas duas cimeiras em solo canadiano pelo presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso.