As autoridades cubanas começaram sábado o processo de libertação de um primeiro grupo de 17 presos políticos que vão sair com as famílias para a Espanha, no quadro de um acordo de liberação gradual de 52 dissidentes.
Corpo do artigo
De acordo com a agência France Presse, o opositor José Luís Garcia Paneque, um médico de 45 anos, telefonou para a família a informar que já não estava na prisão em Las Tunas (no centro) e que foi transferido para um local indeterminado, em Havana, disse o primo Raul Soares, acrescentando que "as autoridades tinham já passado a recolher a família que deverá partir com ele para Espanha".
As esposas de dois outros detidos, Pablo Pacheco e Luis Milan, foram igualmente informadas que os maridos também tinham sido transferidos para a capital cubana.
"Ele já está em Havana, já saíram da prisão, não estão mais em Santiago de Cuba mas ainda ninguém veio procurar a família", disse Lisandra Laffita, esposa de Luís Milan.
Fontes próximas do processo disseram à AFP que este primeiro grupo de prisioneiros poderia ter sido libertado desde o início da próxima semana em Espanha, mas tem sido impossível obter alguma informação mais precisa da parte das autoridades cubanas.
A Igreja Católica em Cuba, que tem mediado o processo, anunciou este sábado em comunicado que 17 prisioneiros políticos detidos desde 2003 deveriam em breve ser libertados em Espanha com as suas famílias.
Um porta-voz da Igreja disse no entanto não ser claro quando iria ocorrer a libertação.
No total, 52 dissidentes continuam na prisão desde março 2003 aguardando pela libertação, que deverá acontecer dentro de um período máximo de quatro meses.
Esta foi uma decisão do presidente Raul Castro, tomada no âmbito da mediação inédita da Igreja e foi anunciada na quarta-feira durante uma visita ao chanceler espanhol, Miguel Angel Moratinos, tendo sido bem acolhida pela União Europeia e os Estados Unidos.