O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou esta segunda-feira que os serviços secretos do Reino Unido "agem dentro da lei", em resposta a acusações de atuações ilegais e de ligações à espionagem norte-americana.
Corpo do artigo
"[Os serviços secretos] são objeto de controlo aprofundado por parte da comissão parlamentar de segurança", declarou David Cameron durante uma visita à zona nordeste de Londres.
Questionado diretamente sobre as acusações de que o Reino Unido teria acesso a um programa de espionagem norte-americano de comunicações, o primeiro-ministro disse não poder fazer comentários sobre questões relacionadas com os serviços secretos.
Já o chefe da diplomacia britânica, William Hague, tinha dito no domingo que o centro de escutas GCGQ atua dentro da legalidade, contrariando as notícias de que o organismo britânico está ligado ao sistema de vigilância dos Estados Unidos.
Mas também Hague evitou responder diretamente sobre a relação entre os serviços secretos britânicos e o programa PRISM da Agência Nacional de Segurança (NSA na sigla em inglês) responsável pela ciber-espionagem nos Estados Unidos.
Os serviços de vigilância norte-americanos acedem aos servidores de nove grandes empresas de internet, entre elas a Google, Facebook, Microsoft e Apple.
Documentos que foram publicados pelo jornal Guardian revelam que o Reino Unido recolheu informação privada dessas mesmas empresas de internet desde junho de 2010, pondo em risco a legalidade dos próprios serviços, e em colaboração com o programa PRISM e a NSA.
Os jornais "Guardian" e "Washington Post" publicaram notícias que indicam que a NSA e o FBI têm acesso a milhões de registos telefónicos do operador de telecomunicações Verizon durante períodos de três meses, depois de terem conseguido uma autorização de um pequeno grupo de juízes federais.
As notícias revelaram também que o programa PRISM permite à NSA aceder aos servidores das principais empresas de internet dos Estados Unidos e que também foi utilizado pelo centro de escutas britânico, GCHQ.