Os fortes ataques a Mariano Rajoy em matéria de política económica e de corrupção marcaram o primeiro debate a quatro em que participou o atual presidente do Governo espanhol em funções.
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A presença do dirigente do PP (que em dezembro se havia feito representar pela vice-presidente do Executivo, Soraya Sáenz de Santamaría), foi a principal novidade do decisivo debate emitido em direto nos cinco principais canais espanhóis, esta segunda-feira à noite.
Os candidatos a presidente do Governo tentavam atrair o voto dos 30% de eleitores que ainda se consideram indecisos, de acordo com as últimas sondagens. Mas o cruzamento de ataques deixou ainda em evidência a elevada fragmentação da política espanhola. Uma divisão que, de resto, motivou a repetição de eleições, agendada para o próximo dia 26 de junho.
Apesar dos ataques, Rajoy tentou tirar partido do três contra um, tratando de se apresentar como único garante de estabilidade. "Governar não é fácil", repetiu por diversas vezes, tentando colocar em evidência a falta de experiência governativa dos opositores.
Centrando as críticas no PP, o líder da coligação Unidos Podemos, Pablo Iglesias, aproveitou o momento para instar o candidato do PSOE a viabilizar um "Governo progressista", frisando em consecutivas vezes que "o verdadeiro adversário" de ambos deveria ser o PP.
O líder socialista não se mostrou, no entanto, muito recetivo às ofertas de Iglesias, que mostrou incómodo pelas sondagens que indicam que o PSOE pode ser ultrapassado pela coligação Unidos Podemos. O dirigente socialista acusou mesmo Iglesias de ter uma estratégia comum à de Rajoy, por ter votado juntamente com o PP contra um governo liderado pelo PSOE durante o período de negociações, no qual obteve apenas o insuficiente apoio do Ciudadanos, de Albert Rivera.