O ministro francês da Defesa, Jean-Ives Le Drian, anunciou, esta segunda-feira, a mobilização de dez mil soldados para garantir a segurança em todo o país. O contingente junta-se aos cerca de cinco mil polícias destacados para a proteção de escolas judaicas e sinagogas. Paris é agora a capital mundial da luta antiterrorista.
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Após os atentados de Paris, que causaram 20 mortos na passada semana, as autoridades francesas dizem que o perigo não está ultrapassado, pelo que a segurança está a ser reforçada em todo o território, em especial, em locais considerados "sensíveis". "É a primeira vez que as nossas tropas são mobilizadas de forma tão significativa no nosso país", disse Jean-Ives Le Drian.
O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse, esta manhã de segunda-feira, que a polícia está certa de que há cúmplices dos terroristas que perpetraram os atentados a monte, salientado que "Amedy Coulibaly tem, sem dúvida, um cúmplice".
O líder do Executivo não identificou ninguém, mas o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, fez saber, esta segunda-feira, que a alegada cúmplice, Hayat Boumeddienne, atravessou a fronteira da Turquia para a Síria na passada quinta-feira. "Entrou na Turquia no dia 2 de janeiro proveniente de Madrid. Há imagens dela no aeroporto. Depois, viajou para a Síria a 8 de janeiro. Isto é claro a partir dos registos telefónicos", disse o ministro.
O ministro do Interior turco, Efkan Ala, explicou que Boumedienne não foi impedida de entrar no país, porque não havia, nesse momento, qualquer alerta de que se trataria de uma pessoa perigosa. Responsáveis turcos citados pela imprensa confirmaram que a suspeita já não estava em França quando começaram os ataques que levaram à morte de 20 pessoas.
A polícia francesa desconhece se Hayat participou no sequestro em que morreu o companheiro, na Porte de Vincennes, em Paris, mas acreditará que estava com Amedy quando uma mulher polícia foi abatida, quinta-feira, em Montrouge, nos arredores de Paris, após um acidente de viação.
Valls garantiu que as autoridades tudo farão para assegurar a segurança dos judeus franceses, pelo que locais como escolas e sinagogas estarão sob vigilância apertada nos próximos dias. Na zona onde Coulibaly atuou há várias ruas condicionadas, nomeadamente a Rue des Rossiers, uma importante artéria comercial, onde as lojas foram encerradas como medida de prevenção.
Cerca de 700 polícias encontram-se agora a vigiar as 717 escolas judaicas em toda a França, além dos 4100 agentes já mobilizados por todo o país.