A ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse esta quarta-feira que foi vítima de um "golpe de estado parlamentar" com a sua destituição, votada pelo Senado (câmara alta do parlamento).
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"Condenaram uma pessoa inocente e consumaram um golpe de estado parlamentar", disse Dilma Rousseff, que estava rodeada de apoiantes, aos jornalistas a partir do Palácio da Alvorada, uma das residências oficiais usadas pelo Presidente do Brasil.
"Pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos nós vamos lutar (...) Haverá contra eles a mais determinada oposição que um governo golpista pode sofrer", disse.
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Citando um poema, Dilma Rousseff disse que "não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores", porque "a história será implacável com eles, como já o foi em épocas passadas".
Dilma Rousseff perdeu hoje o mandato presidencial depois de uma votação no Senado (câmara alta parlamentar) em Brasília, em que dos 81 senadores brasileiros presentes, 61 votaram pela sua destituição e apenas 20 a apoiaram.
A decisão colocou um ponto final a um processo que se prolongou por nove meses e dividiu o país com argumentos jurídicos e políticos.
Dilma Rousseff foi condenada por ter assinado três decretos de créditos suplementares em 2015 sem autorização do Congresso e por ter usado dinheiro de bancos públicos em programas do Tesouro, realizando manobras contabilísticas, as popularmente chamadas "pedaladas fiscais".
Dilma Rousseff tornou-se a primeira Presidente deposta no Brasil depois do fim do regime militar na década de 1980.