A introdução do divórcio em Malta foi aprovada, no sábado, em referendo por mais de metade dos eleitores da ilha, maioritariamente católica e único estado da União Europeia onde a legislação não permite esta possibilidade.
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Mais de 52% dos 304 mil eleitores da ilha votaram sim à introdução do divórcio na legislação do país, segundo o diário "Times of Malta".
Malta, que conta com 98% de católicos entre os seus cerca de 500 mil habitantes, é o único estado da União Europeia onde o divórcio ainda não era possível.
O líder do movimento pelo "sim", o deputado do Partido Nacionalista no poder, Jeffrey Pullicino Orlando, considerou o resultado significativo "porque leva Malta a uma nova era onde o estado e a igreja estão separados".
Além das Filipinas, Malta é o único Estado do mundo a proibir o divórcio, depois da sua legalização no Chile em 2004, na sequência de forte pressão popular.
Os malteses podem separar-se legalmente, mas para voltarem a contrair matrimónio é preciso anular o anterior casamento, um processo longo que geralmente se prolonga por oito anos e raramente é pronunciado pelos tribunais religiosos católicos.