Uma testemunha ouvida, esta terça-feira, no julgamento do narcotraficante conhecido como "El Chapo" afirmou que o seu patrão pagou um suborno de cem milhões de dólares (87,6 milhões de euros) ao antigo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.
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Alex Cifuente, um antigo funcionário de Joaqun "El Chapo" Guzman, referiu o pagamento quando era interrogado por um dos advogados do traficante, num tribunal de Brooklyn, em Nova Iorque. Questionado sobre se teria dito às autoridades norte-americanas, em 2016, que Guzman subornou o presidente, Cifuente confirmou, refere a Reuters: "Sim, está correto".
É a primeira vez desde o início do julgamento em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, em novembro, que uma testemunha implica diretamente o antecessor de Andres Manuel Lopez Obrador.
Este narcotraficante colombiano, colaborador próximo de Guzman desde 2007 até ter sido detido em novembro de 2013, agora colabora com a justiça norte-americana.
Cifuentes confirmou assim publicamente um testemunho recolhido em janeiro de 2016 pelos investigadores norte-americanos, aos quais falou então daquele suborno.
Segundo Lichtman, na altura o colombiano disse que Pena Nieto tinha inicialmente exigido 250 milhões de dólares, mas que "El Chapo" tinha conseguido diminuir o montante para 100 milhões.
O julgamento estava inicialmente previsto para durar quatro meses, mas deve terminar antes desse prazo.
As autoridades norte-americanas afirmam que "El Chapo", que arrisca a prisão perpétua, enviou para os Estados Unidos mais de 154 toneladas de cocaína entre 1989 e 2014, com um valor estimado em 14 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros).