
Recep Tayyip Erdogan
Gabinete presidencial/REUTERS
O chefe de Estado turco urgiu o procurador-geral da Arábia Saudita a indicar a identidade do "autor da ordem" para matar o jornalista Jamal Khashoggi acrescentando que o inquérito não deve evitar nenhum nome.
"Quem enviou essas 15 pessoas [que supostamente mataram Khashoggi]? Como procurador-geral saudita ele deve responder a essa questão", disse Recep Tayyip Erdogan aos jornalistas em Ancara.
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"É preciso resolver este caso. É inútil evitar o assunto e não faz sentido salvar quem quer que seja", acrescentou o presidente turco.
O procurador-geral saudita Abdallah Al-Muajab está desde domingo em Istambul numa deslocação que visa a investigação sobre a morte de Jamal Khashoggi, alegadamente ocorrida no interior do consulado de Riade no passado dia 02 de outubro.
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Al-Muajab encontrou-se na segunda-feira e esta manhã com o procurador geral turco, Irfan Fidan, em Istambul e deslocou-se ao edifício do consulado saudita na cidade.
O presidente turco disse também aos jornalistas que o procurador da Turquia pediu ao homólogo saudita que o país defende que o caso venha a ser julgado em Istambul.
Na semana passada, Erdogan pediu a extradição de um total de 18 pessoas, cidadãos sauditas, alegadamente envolvidos na morte de Khashoggi e que se encontram atualmente na Arábia Saudita, mas Riade opôs-se ao pedido do chefe de Estado turco.
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De acordo com Erdogan, Khashoggi, jornalista de 59 anos, colaborador do jornal norte-americano "Washington Post" e uma das vozes críticas do regime saudita, foi assassinado por um grupo de 15 agentes envolvidos numa operação que foi premeditada.
Após ter negado a morte de Khashoggi, o governo saudita reconheceu que o jornalista foi morto, mas no contexto de uma "operação não autorizada".
Erdogan referiu-se, questionado pelos jornalistas, às declarações do chefe da diplomacia saudita, Adel al-Jubeir, que afirmou que o corpo de Khashoggi foi entregue a "um cúmplice local".
"Quem é esse cúmplice local? Digam-nos que nós esclareceremos. Nós não podemos abandonar o caso a meio do caminho", declarou Erdogan.
