Com a contagem dos votos em Espanha quase concluída, está confirmada a vitória do Partido Popular (PP). Ao contrário do que chegaram a prever as projeções, não chegará à maioria absoluta no Parlamento (176 deputados), nem com a soma dos deputados da extrema-direita do Vox. O socialista Pedro Sanchéz ficou em segundo.
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O conservador Alberto Nuñez Feijoó parece ter conseguido uma vitória de Pirro. Isto porque, com 98% dos votos contados, ficou-se pelos 136 deputados. Mesmo somando os 33 deputados da extrema-direita do Vox (menos 19 do que e 2019) e os deputados únicos dos regionalistas de Navarra (UPN) e das Canárias (CC), ficaria com apenas 171 deputados. Mas precisa de 176 para conseguir ser investido como presidente do Governo de Espanha.
Em segundo lugar está o PSOE de Pedro Sanchez. Mas conseguiu evitar o descalabro e até soma mais dois deputados do que em 2019, ou seja, são agora 122. Mas também para o socialista, não será fácil renovar o mandato, uma vez que os seus parceiros de Governo, o Sumar de Yolanda Diaz, se ficaram pelos 31 deputados, o que significa que estes dois partidos têm 153 deputados, muito longe da maioria de 176 imprescindível para governar.
Sucede que o socialista revelou sempre grande habilidade em arrebanhar apoios entre os partidos independentistas. E, nesse caso, as contas já são diferentes. Se conseguir o apoio de partidos catalães (ERC), bascos (PNV e Bildu) e galegos (BNG) que já teve no passado, chegará aos 172 deuptados, a quatro da maioria necessária para ser investido como presidente do Governo.
A chave da governação cairá, assim, sobre o partido independentista catalão Junts. Tem sete deputados e é praticamente impossível que os use para viabilizar um Governo de direita, que inclua o Vox, que quer acabar com as autonomias. Mas pode decidir viabilizar um executivo socialista, e ainda mais se de facto ficar prisioneiro de uma série de partidos independentistas.