As autoridades espanholas proibiram uma manifestação contra o Islão convocada por vários grupos de extrema-direita, como a Aliança Nacional, para o próximo dia 23 em frente a uma das mesquitas da cidade de Madrid.
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A delegação do Governo em Madrid considerou que a manifestação pode constituir um "grave risco para a segurança dos cidadãos". A mesquita em causa situa-se perto de uma autoestrada que serve a cidade de Madrid (a M-30), foi mandada construir pelo governo da Arábia Saudita e é uma das mesquitas com maior afluência em Espanha.
Num cartaz digital divulgado através da Internet pode ler-se que a manifestação foi convocada pela plataforma "La España en Marcha" (A Espanha em marcha), que reúne grupos de extrema-direita como a Aliança Nacional, sob o lema "Islão fora da Europa, fazer frente ao ódio que tem à nossa cristandade. Não ao multiculturalismo".
Segundo a União de Comunidades Islâmicas de Espanha (UCIDE), Madrid tem duas mesquitas, a da M-30 e a mesquita central, no bairro de Tetuan, bem como 42 oratórios em toda a cidade.
A convocatória da Aliança Nacional, precisou a delegada do Governo Cristina Cifuentes, explicava que o ato serviria para "denunciar a presença do Islão na Europa e Espanha, que constitui uma invasão à cristandade".
A delegação pediu pareceres à polícia e a peritos jurídicos do Estado e ambos consideraram que a proibição "cumpre estritamente o artigo da constituição espanhola que permite proibir as manifestações ou concentrações que constituam um grave risco para a segurança dos cidadãos ou bens".
Na passada sexta-feira, a mesquita central de Madrid foi vandalizada com escritos nas paredes, com frases como "Islão fora da Europa", "Cães", além de outros insultos. Também foram pintadas a "spray" cruzes celtas, um símbolo habitualmente associado à extrema-direita e às claques de futebol mais perigosas, conhecidos como ultras.
Cristina Cifuentes acrescentou que também foi convocada uma manifestação semelhante em Valência, e que também esta foi proibida.