O primeiro-ministro belga, Charles Michel, admitiu, em Bruxelas, o recurso às forças armadas para aumentar a segurança, na sequência de uma operação policial de combate ao terrorismo, na quinta-feira à noite.
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"O exército estará disponível para reforçar os nossos níveis de segurança", disse Charles Michel numa conferência de imprensa, rodeado pelos ministros com as pastas da Administração Interna e da Defesa.
O chefe do Governo federal apresentou um plano que prevê, para além do "recurso ao exército para missões específicas de segurança", o agravamento das sanções penais nas condenações por atos terroristas.
O executivo belga prevê ainda manter em isolamento os presos condenados por terrorismo - para evitar o proselitismo radical nas prisões - e a introdução de um novo tipo de crime sobre deslocações para o estrangeiro com fins de terrorismo.
Também deverão ser alargadas as possibilidades de retirada de nacionalidade, propondo-se ainda a retenção temporária de cartões de identidade ou de passaportes.
A polícia belga mantém o nível de ameaça elevado, mesmo após as operações antiterroristas lançadas na quinta-feira terem sido "concluídas no terreno".
A grande maioria dos comissariados ou esquadras da polícia estão de porta fechada - continua a haver atendimento mas é necessário tocar à campainha - e a vigilância foi reforçada à volta de tribunais, designadamente do Palácio da Justiça, em Bruxelas.
A grande operação antiterrorista lançada na quinta-feira na Bélgica, e que consistiu em 12 ações, das quais resultaram dois mortos entre os presumíveis jiadistas e 13 detidos, visou desmantelar uma célula terrorista e respetiva rede logística, que planeava, segundo a procuradoria, "matar polícias na via pública e em esquadras".