Uma equipa liderada por três espanhóis falsificou materiais arqueológicos, que diziam ser algumas das representações mais antigas do Cristianismo. O julgamento começa a 3 de fevereiro, no município de Vitória, em Espanha.
Corpo do artigo
Eliseo Gil saltava para a ribalta em 2006, quando dizia ter descoberto pedaços de barro que teriam referências a um calvário do século III. Os materiais seriam, por isso, a representação mais antiga da História da morte de Jesus Cristo.
Além disso, os pedaços de barro tinham também referências à língua basca e egípcia e tal como as anteriores descobertas seriam uma das mais importantes e antigas representações da História linguística.
A manipulação dos materiais não durou muito: uma comissão analisou as peças e concluiu que as mesmas teriam sido falsificadas. Eram importantes descobertas na província de Álava, na antiga cidade romana de Iruña Veleia, mas não tão impressionantes como Eliseo Gil as publicitara.
A equipa recebeu cerca de 3,7 milhões de euros de apoios estatais, além do financiamento privado que obteve de algumas entidades, singulares e coletivas.
Os materiais foram repetidamente discutidos e debatidos por teólogos e historiadores e a suposta descoberta nunca foi vista com bons olhos.
A defesa de Eliseo Gil pediu o arquivamento do caso, mas o caso vai mesmo seguir para julgamento, com nove sessões e dezenas de testemunhas para serem ouvidas.