Relatório revela que o Departamento de Segurança Interna dos EUA apenas cumpriu metade das 1500 recomendações para reforçar a segurança no país após os atentados de 11 de Setembro de 2001.
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O relatório do Tribunal de Contas norte-americano (GAO), apresentado na quarta-feira ao Congresso, faz uma análise de todo o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla inglesa) desde a sua criação em 2003, na sequência do 11 de Setembro.
Ao longo de 226 páginas, o documento conclui que, apesar de terem sido registados muitos progressos em matéria de segurança interna nos EUA, ainda há muito a fazer para se corrigirem as "lacunas e debilidades".
Após os atentados de 11 de Setembro de 2001, o GAO apresentou cerca de 1500 recomendações àquele organismo, que "implementou cerca de metade, iniciou esforços para responder a outras, e adoptou medidas adicionais para fortalecer as suas operações", refere o relatório.
O documento salienta que, apesar de o Departamento de Segurança Interna ter melhorado a segurança aérea no geral, deverá melhorar o controlo da carga e promover o uso de tecnologia de ponta de detecção de explosivos na bagagem.
País "mais forte, mais seguro e mais resistente"
Quanto à segurança nas fronteiras, o GAO indica que o DHS construiu muros ao longo de 965 quilómetros no sudoeste dos EUA e colocou em marcha um programa para verificar a identidade dos visitantes estrangeiros, mas deverá ainda melhorar o controlo das saídas dos visitantes e a segurança dos vistos.
Por outro lado, apesar dos esforços para expulsar os imigrantes ilegais, o DHS apenas finalizou cerca de 35 mil investigações desde 2005. No total, as autoridades detiveram cerca de 8100 pessoas que permaneceram nos EUA após os seus vistos terem expirado, mas esse número é "uma pequena proporção" do universo de, pelo menos, quatro milhões de pessoas, alerta o GAO.
Em resposta a este relatório, o DHS afirmou que os EUA são um país "mais forte, mais seguro e mais resistente" devido ao seu trabalho e que o relatório do GAO "omite" progressos como aqueles verificados na vigilância de alegados terroristas e melhorias no controlo dos documentos nas fronteiras.
O DHS, que desde 2003 tem 22 agências com tarefas de segurança e mais de 200 mil funcionários, é hoje o terceiro maior departamento da Administração americana, com um orçamento de cerca de 39 mil milhões de dólares (27,7 mil milhões de euros) em 2004 e de 55 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros) este ano.