Os Estados Unidos disseram que a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia não tem "níveis elevados de radiação", após incêndio causado por um bombardeamento das tropas russas e entretanto extinto.
Corpo do artigo
"Não temos visto níveis elevados de radiação perto da central. Os reatores da central estão protegidos por estruturas de contenção robustas e foram encerrados em segurança", disse a secretária da Energia norte-americana, Jennifer Granholm, numa mensagem na rede social Twitter.
Contudo, a responsável considerou "imprudentes" as operações militares russas perto da central, considerada a maior da Europa. As autoridades locais deram o incêndio por extinto às 6.20 horas da manhã desta sexta-feira.
I just spoke with Ukraine"s energy minister about the situation at the Zaphorizhizia nuclear plant. Russian military operations near the plant are reckless and must cease. 1/
- Secretary Jennifer Granholm (@SecGranholm) March 4, 2022
Os Presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia pediram, em conjunto, à Rússia "que ponha fim às atividades militares" na zona da central e permita o acesso dos serviços de emergência ao local".
Joe Biden e Volodymyr Zelensky falaram depois de ter deflagrado o incêndio na central nuclear, na sequência de um bombardeamento russo, de acordo com um comunicado da Casa Branca.
"A Ucrânia tem 15 reatores nucleares. Se ocorrer uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa"
As autoridades ucranianas garantiram que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.
A central de Chernobyl, local do pior desastre nuclear civil da história, em 1986, entretanto desativada, mas depósito de detritos nucleares, caiu nas mãos das tropas russas na semana passada.
"Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências [de Chernobyl], dezenas de milhares foram retiradas. A Rússia quer repetir isso e já está a tentar", afirmou Zelesnky.
"A Ucrânia tem 15 reatores nucleares. Se ocorrer uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa. É a evacuação da Europa", advertiu.
Para o Presidente ucraniano, "apenas uma ação europeia imediata pode travar as tropas russas. É preciso impedir a morte da Europa num desastre nuclear".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.