Os EUA saudaram a decisão do Conselho Europeu de abrir as negociações formais de adesão à UE com a Ucrânia e descreveram o momento como "histórico para a Europa e a parceria transatlântica".
Corpo do artigo
Após horas de discussões entre os chefes de Governo e de Estado da UE, reunidos numa cimeira em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou na quinta-feira o início das negociações com a Ucrânia e a Moldova.
A decisão "oferece esperança e incentivo a estes países e aos seus povos (...). Este é um momento histórico para a Europa e para a parceria transatlântica", disse o Departamento de Estado norte-americano.
A Ucrânia e a Moldova têm estatuto de países candidatos à UE desde meados de 2022.
Num comunicado, Washington acrescentou que este é um "momento crucial" para os países candidatos aproveitarem "o impulso para desenvolverem todo o seu potencial democrático e económico" e garantirem "o seu futuro na Europa".
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o presidente do Conselho Europeu indicou que os chefes de Governo e de Estado da UE decidiram também "conceder o estatuto de candidato à Geórgia".
"A UE abrirá negociações com a Bósnia-Herzegovina assim que for atingido o grau necessário de cumprimento dos critérios de adesão e convidou a Comissão [Europeia] a apresentar um relatório até março com vista à tomada dessa decisão", adiantou Charles Michel.
Pouco depois do anúncio, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu a decisão do Conselho Europeu de avançar com as negociações de adesão do país à UE e descreveu o dia como histórico para todos os que "não estão cansados de lutar pela liberdade".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou também a abertura de negociações de adesão à União Europeia com a Ucrânia e a Moldova, considerando que é uma decisão estratégia que vai ficar na história do bloco.
A porta-voz de Charles Michel precisou depois à imprensa em Bruxelas que "o Conselho Europeu tomou uma decisão e ninguém a contestou", isto depois de a Hungria ter vindo a ameaçar vetar a abertura de negociações devido à corrupção na Ucrânia.
A Hungria recorreu à abstenção, tendo o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, saído da sala quando os líderes europeus estavam a tomar a decisão sobre a abertura das negociações formais com Kiev.
"A adesão à Ucrânia à UE é uma má decisão. A Hungria não quer participar desta má decisão", escreveu Orbán, na rede social Facebook.
Na mesma publicação, e já numa mensagem em vídeo, Orbán sublinhou que "esta decisão de começar negociações não tem qualquer sentido, é irracional e incorreta, com a Ucrânia nestas condições".
Orbán indicou que "os outros 26 Estados-membros insistiram que esta decisão teria de ser tomada", razão pela qual Budapeste entendeu que estes países "deviam seguir o seu próprio caminho", sem a participação húngara.