Porquê? Como? Os Estados Unidos estão em choque após o fim do calvário das três mulheres que estiveram desaparecidas durante uma década, em Cleveland, no estado do Ohio, e que foram libertadas graças a um vizinho, segunda-feira.
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Após a estupefação da descoberta, a polícia prendeu três irmãos, - Ariel, Onil e Pedro Castro, de 52, 50 e 54 anos - por suspeita de sequestro das três mulheres, Amanda Berry, Gina DeJesus e Michele Knight.
Uma menina de seis anos, filha de uma das mulheres resgatadas, foi também encontrada na casa, propriedade de Ariel. Os outros dois irmãos viviam noutras habitações.
"Temos muitas questões sem respostas. Porque foram que foram raptadas? Como foram raptadas ? E como ficaram em Cleveland durante tanto tempo sem serem identificadas", disse o mayor de Cleveland, Frank Jackson, em conferência de Imprensa.
"Ajudem-me. Eu sou Amanda Berry", disse a primeira jovem a ser libertada, na chamada que fez para os serviços de emergência, segunda-feira, quando conseguiu sair da casa onde terá estado sequestrada durante 10 anos, perto do local onde as mulheres tinham sido vistas pela última vez.
"Os polícias choraram quando descobriram as jovens mulheres", de 27, 23 e 32 anos, disse o representante do FBI, Steve Anthony. "O pesadelo acabou", acrescentou.
Muitos polícias comoveram-se ao presenciar o reencontro das jovens com as suas famílias e elogiaram a coragem de Amanda Berry. "Se não fosse ela, não estaríamos aqui", disse o comissário da polícia de Cleveland, Michael McGrath.
O desenlace da história deixou em choque vários habitantes de Cleveland, que durante meses ajudaram as famílias a procurar as vítimas.
A tia de Gina DeJesús, uma das jovens resgatadas, contou aos jornalistas como abraçou a sobrinha no hospital. "Todas as raparigas estão bem. São mulheres tão fortes. Muito mais fortes do que eu. Gina conheceu-nos a todos. Soube quem era o pai, a mãe, a tia e os primos. Agora, precisamos de tempo para que possam respirar. Deus é tudo e quem não acreditava em Deus deve acreditar agora. É um milagre", disse Sandra Ruiz.
Outras mulheres que passaram pelo mesmo tipo de provação, e sobreviveram, dizem que o tempo é fundamental para a recuperação das jovens, agora libertadas.
"Elas precisam de tempo e de tranquilidade para se curarem e para se ligarem ao mundo", disse Jaycee Dugard, que esteve 18 anos sequestrada, na Califórnia, num dos casos mais dramáticos do género.
"Não devem pensar nunca que ficaram diminuídas pelo que lhes aconteceu... Espero que percebam que ainda têm muito para viver e não precisam de ficar ligadas ao passado", argumentou Elizabeth Smart, sequestrada quando tinha 14 anos e libertada nove meses depois.