O ex-secretário-geral da NATO Javier Solana defendeu esta sexta-feira, pouco antes da posse de Donald Trump, que o novo Presidente dos Estados Unidos "não é um homem decente".
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Solana falava durante um debate organizado por uma empresa de advocacia, ao qual assistiu o rei Felipe VI de Espanha, a secretária-geral ibero-americana, Rebeca Grynspan, o ex-ministro espanhol Josep Piqué e o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros português Luís Amado.
"A despedida de (Barack) Obama foi a de um homem decente", disse Solana, acrescentando que Donald Trump "que vai governar o mundo, não é decente".
"Não conseguimos saber se paga impostos, ou não, quais os seus interesses e o seu alcance", afirmou o também ex-ministro espanhol.
O ex-responsável da NATO considerou estar "na antítese daquilo que gostaria" de ver na presidência dos Estados Unidos.
Javier Solana analisou "a situação muito particular" do contexto político norte-americano com Trump na presidência, o Partido Republicano com maioria no Senado e na Câmara dos Representantes, e uma futura maioria no Supremo Tribunal.
Além do sistema de saúde criado por Obama (conhecido como 'Obamacare'), cujo fim Trump já anunciou, Solana manifestou preocupação em relação às questões ambientais, em que os Estados Unidos e Obama foram essenciais para a aprovação dos acordos de Paris.
Os secretários de Estado da administração Trump "não estão dispostos a reconhecer que as alterações climáticas são responsabilidade do Homem", lamentou.
Os Estados Unidos são "uma sociedade vibrante que dará conta de que este não é o caminho", adiantou.