O exército israelita confirmou ter disparado um morteiro contra um abrigo da ONU em Gaza, onde 15 pessoas morreram na quinta-feira, mas negou ter morto alguém no local.
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Num encontro com jornalistas, no final de um inquérito militar interno sobre o incidente numa escola das Nações Unidas em Beit Hanun, o porta-voz do Ministério da Defesa de Israel, tenente-coronel Peter Lerner, disse que os militantes do Hamas, "na vizinhança" da escola, dispararam morteiros antitanques contra as forças israelitas.
O Exército de Israel respondeu com fogo de morteiros, na direção do ataque.
"Uma única parte de um morteiro caiu no pátio da escola", disse, acrescentando que "o pátio estava completamente vazio", na altura do incidente.
"Rejeitamos as queixas que foram feitas por alguns funcionários, logo após o incidente, de várias pessoas terem sido mortas na escola, como resultado da atividade operacional do exército israelita", adiantou.
Um fotógrafo da AFP que esteve no local disse que viu sangue no chão e o porta-voz dos serviços de emergência, em Gaza, Ashraf al-Qudra, afirmou que 15 pessoas morreram na explosão e 200 ficaram feridas.
"Muitas pessoas foram mortas, incluindo mulheres e crianças", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, mostrando-se "chocado".
Peter Lerner sugeriu que as vítimas podem ter sido feridas num outro lugar e "sido levadas para o complexo [escola] após os ferimentos", para receberem os primeiros-socorros.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), por seu lado, condenou fortemente "a alarmante série de ataques contra os trabalhadores humanitários, as ambulâncias e os hospitais", na ofensiva israelita contra Gaza e disse que "estes atos constituem uma grave violação do direito da guerra".
"Este conflito está a ter um preço muito alto para os civis", referiu em comunicado a CICV.
A ofensiva militar contra Gaza causou a morte a mais de mil palestinianos, dos quais 73% eram civis, mais cerca de 6000 feridos, dos quais, cerca de metade, são mulheres e crianças, de acordo com números citados pelas agências EFE e AFP.