Próximo chefe da Casa Branca vai buscar nomes controversos e apoiantes das políticas trumpistas para o novo mandato republicano.
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À terceira semana desde a eleição de Donald Trump como próximo presidente norte-americano, acumulam-se nomes e controvérsias na lista de secretários (equivalentes aos nossos ministros) e outros governantes escolhidos pelo republicano. Ainda sujeitos a confirmação do Senado, estão 16 personalidades - 12 homens, quatro mulheres, todos brancos - com provas dadas, umas mais do que outras, ora nos setores que deverão liderar, ora na televisão. Entre os mais recentes apontados, estão um financeiro amigo de Trump, um visível defensor do presidente eleito no universo Fox, uma magnata do wrestling e um polémico médico que fez carreira no pequeno ecrã.
Howard Lutnick, departamento de Comércio
Conselheiro económico de Trump e escolhido na terça-feira para chefiar o departamento do Comércio, o banqueiro de Wall Street Howard Lutnick, 63 anos, presidente de várias empresas das áreas financeira e comercial, supervisionará, se o seu nome passar no Senado, a pasta que combate o setor tecnológico da China. Defensor da expansão da produção de energia norte-americana, da redução de impostos corporativos e da aplicação de tarifas para proteger as indústrias do país face à concorrência estrangeira, o financeiro partilha da visão de Trump, de quem é amigo há anos, de levar para os EUA empregos da área da manufatura e promover o mercado das criptomoedas.
Sean Duffy, departamento dos Transportes
Antigo congressista, ex-animador de programas de televisão e feroz defensor de Trump no pequeno ecrã, Sean Duffy, 53 anos, foi apontado esta semana como próximo secretário dos Transportes. Esteve nove anos na Câmara dos Representantes, de onde saiu em 2019, sendo desde então figura proeminente na análise política da Fox Business. Casado com uma estrela da Fox News, é mais uma cara da emissora que Trump foi buscar nas últimas semanas. A explicação: “Sean usará a experiência e os relacionamentos que construiu no Congresso para reerguer a infraestrutura da nossa nação e inaugurar uma era de ouro de viagens.”
Linda McMahon, departamento de Educação
À frente da Educação estará a multimilionária Linda McMahon, magnata da liga de wrestling profissional (WWE), que criou com o marido, Vince McMahon, e que afogou os dois em escândalos, desde casos de agressão sexual a tráfico de seres humanos. Fiel seguidora de Trump, esteve no primeiro mandato do republicano, de 2017 a 2019, e concorreu duas vezes ao Senado, sem sucesso. Relativamente desconhecida dos círculos da Educação, McMahon, de 76 anos, tem manifestado apoio às escolas criadas por pais e ao direito de os pais escolherem a escola dos filhos. A promessa trumpista é de que “lutará incansavelmente” para trazer mais liberdade educativa.
Mehmet Oz, departamento de Saúde
Mais uma estrela de TV, desta vez na Saúde. Mehmet Oz, conhecido por Dr. Oz, popular cirurgião cardiotorácico que se celebrizou no programa de Oprah Winfrey e, mais tarde, no próprio talk show (o “The Dr. Oz Show”), vai administrar a agência que gere os mais importantes programas federais de saúde, a Medicare e a Medicaid, que cobrem mais de 150 milhões de norte-americanos. Formado em Harvard, o polémico médico de 64 anos enfrentou várias controvérsias ao longo da carreira, principalmente pela promoção de tratamentos alternativos e que carecem de evidências científicas.