Os investigadores franceses envolvidos no inquérito ao francês detido na Ucrânia com um arsenal de armas e explosivos, supostamente destinado a cometer atentados no Euro 2016, referiram que de momento nada indica que tenha ligações a grupos terroristas.
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Um porta-voz da Procuradoria de Paris disse, esta segunda-feira, à agência noticiosa Efe que "por agora" esses elementos não são suscetíveis de justificar a abertura de uma investigação por terrorismo.
A mesma fonte acrescentou que a responsabilidade da investigação foi atribuída à polícia judiciária de Nancy, região onde está registado o domicílio do suspeito, sob a supervisão da designada Jurisdição Inter-regional.
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O processo que foi aberto refere-se a tráfico de armas. Caso tivesse sido indiciado por terrorismo, o suspeito teria de ser transferido para Paris, cuja procuradoria centraliza em França todos os assuntos relacionados com terrorismo.
Grégoire Moutaux, 25 anos, foi detido a 21 de maio pelas forças de segurança ucranianas quanto tentava entrar na Polónia com cinco armas de assalto 'kalashnikov', mais de 5 mil projéteis, dois lança-granadas antitanque com 18 projéteis, 125 quilos do explosivo trinitrotolueno, 100 detonadores e 20 'passa-montanhas', entre outros objetos.
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No seu domicílio, na localidade de Nant le Petit, foram detetados componentes de explosivos e uma camisa de um grupúsculo de extrema-direita, revelou o L'Est Républican.
O diário precisou que Moutaux trabalhava na inseminação de vacas numa cooperativa da Alsácia, e indicou que os ucranianos não tinham até agora transmitido aos investigadores qualquer dos elementos recolhidos, em particular o registo dos interrogatórios.
Segundo as autoridades ucranianas, o grupo para quem transportaria as armas planeava 15 atentados no decurso do campeonato europeu de futebol (Euro 2016), que vai decorrer em França entre 10 de junho e 10 de julho.
Os seus objetivos seriam uma mesquita, uma sinagoga, uma repartição de finanças ou instalações de controlo nas autoestradas, entre outros locais.
O Presidente francês, François Hollande, reconheceu no domingo que a ameaça terrorista se mantém no país nas vésperas do início do evento e vai prevalecer, justificando assim a necessidade em adotar todas as medidas preventivas.
Mais de 60 mil polícias e gendarmes (forças militarizadas) vão estar mobilizados para garantir a segurança durante esta competição, que na fase de grupos vai decorrer em locais diferentes.