O Governo do Iémen aceitou um acordo de paz proposto pelas Nações Unidas para acabar com o conflito armado que dura há mais de um ano. Rebeldes não se pronunciaram.
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O anúncio feito pelo governo apoiado pela Arábia Saudita ocorreu depois de uma reunião na capital do Koweit, presidida pelo presidente do Iémen, Abd Rabbo Mansur Hadi.
"A reunião aprovou o projeto de acordo apresentado pelas Nações Unidas a pedir o fim do conflito armado e a retirada (dos rebeldes) a partir de Sanaa ... e das cidades de Taez e Al-Hudaydah", refere um comunicado divulgado após a reunião, citado pela agência de notícias Saba.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iémen, Abdulmalek al-Mikhlafi, que lidera a equipa de negociação, disse que enviou uma carta ao enviado especial das Nações Unidas a informar que o Governo apoiava o "Acordo do Koweit".
Uma pré-condição, porém, é a de que as milícias xiitas do Iémen "huthis", apoiadas pelo Irão e forças leais ao antigo presidente Ali Abdallah Saleh, assinem o acordo até 7 de agosto.
Não houve reação oficial ao acordo por parte dos rebeldes.
O porta-voz dos "huthis" Mohammed Abdulsalam escreveu no Twitter antes do anúncio do governo que os rebeldes insistiam numa solução completa e rejeitavam o que considerou tratar-se de "meias soluções".
Um diálogo politico entre várias fações iemenitas deverá começar 45 dias depois da retirada dos rebeldes, segundo o governo.
O enviado especial das Nações Unidas Ismail Ould Cheikh Ahmed conseguiu no sábado estender as conversações por uma semana depois de a delegação do governo ter dito que que abandonava o palco negocial - em reação ao anúncio na véspera, pelos rebeldes, da criação de um "Conselho Superior" para governar o Iémen -, e submeteu o projeto de acordo de paz para ambas as partes assinarem.
A aprovação do projeto de acordo teve lugar horas depois de sete militares sauditas terem morrido em confrontos na fronteira com rebeldes do Iémen.
Segundo a ONU, o conflito no Iémen já provocou mais de 6400 mortos e 2,8 milhões de deslocados.
Em setembro de 2014 os rebeldes "huthis" e forças aliadas do exército iemenita tomaram o controlo da capital Sanaa, e continuam a controlar diversas regiões do norte do país.