A roupa curta usada por raparigas da Guiné-Bissau está a deixar inquietos alguns habitantes que querem que a lei imponha limites aos decotes, hipótese afastada pelo ministro da Administração Interna da Guiné-Bissau, Botche Candé.
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"A população tem que ter liberdade na sua terra. Pode-se dizer que é uma má prática? Depende da visão de cada um, mas não podemos proibir a nossa juventude de se exprimir", referiu o governante.
Botche Candé falava em crioulo, na terça-feira, numa visita a Bafatá, no Leste do país, depois de ter sido interpelado sobre o assunto por um líder religioso.
Culabio Bá, chefe muçulmano, pediu medidas contra as raparigas que usam roupas curtas e adelgaçadas.
"De facto ouvimos esses apelos, mas podemos dizer que o Governo não se pronunciou sobre a matéria", referiu Botche Candé.
O ministro da Administração Interna pediu igualmente às forças de segurança que se inibam de abordar qualquer rapariga só por causa do que veste, ao comentar rumores sobre supostas agressões.
"Constou-me que alguns agentes da polícia já estão a bater nas raparigas, nas ruas, alegadamente dizendo que o ministro da Administração Interna deu essa ordem. Eu não dei ordem nenhuma nesse sentido", sublinhou.
Não foram prestados mais detalhes sobre os eventuais incidentes, acerca dos quais Botche Candé realçou: "a polícia não está mandatada" para tomar qualquer ação.