Último lote apresentado por presidente eleito confirma Simone Tebet e Marina Silva, mas revela ainda cenário de disparidade entre géneros em Executivo com 37 tutelas
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Lula da Silva anunciou esta quinta-feira, em Brasília, os últimos 16 nomes que faltavam para compor o futuro Governo, com 37 tutelas. Apesar de ter apenas 11 mulheres, o presidente eleito celebrou o novo máximo feminino na primeira linha do Executivo, que contará com a ex-candidata presidencial Simone Tebet e o regresso da antiga ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após 15 anos.
"Eu estou feliz porque nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras", afirmou Lula na abertura da conferência de imprensa em que anunciou os últimos 16 nomes das 37 tutelas. Com mais cinco mulheres a integrarem a primeira linha do futuro Governo, o total subiu para 11, superando o recorde anterior de 10 de Dilma Rousseff, em 2011.
Lula confirmou a ex-candidata presidencial Simone Tebet no Ministério do Planejamento e Orçamento. O presidente eleito classificou a partipação de Tebet como "extremamente importante na campanha" da segunda volta. Lula anunciou também o regresso de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente, tutela que comandara entre 2003 e 2008. Já Sônia Guajajara assumirá a nova tutela dos Povos Indígenas.
A ex-jogadora de voleibol Ana Moser estará à frente do Ministério do Esporte, pasta que virou secretaria no Governo de Jair Bolsonaro e perdeu orçamento. A medalhada olímpica tem um histórico de causas sociais, tendo criado, em 2001, um instituto de desporto e educação que já atendeu seis milhões de crianças e jovens. O Ministério do Turismo ficará com a deputada federal mais votada do estado do Rio de Janeiro, Daniela do Waguinho. A tutela tem como objetivo aumentar a competitividade do setor.
Mais homens na primeira linha
Lula da Silva anunciou o general na reserva Marco Edson Gonçalves Dias para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que continua com o estatuto de ministério. O GSI, localizado também no Palácio do Planalto, assume a segurança pessoal do presidente e coordena a área de inteligência do Governo, acompanhando situações que podem trazer risco à estabilidade institucional.
A Secretaria de Comunicação Social ficará com um partidário de Lula, o deputado "petista" Paulo Pimenta, que cuidará da comunicação institucional e do relacionamento com a imprensa. O Partido dos Trabalhadores também comandará o Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o deputado Paulo Teixeira. A pasta tratará da agricultura familiar. Já o Ministério da Agricultura e Pecuária, do senador Carlos Fávaro, será responsável pelo agronegócio. Para a Pesca, Lula escolheu o deputado André de Paula.</p>
O governador do Amapá, de saída, Waldez Goés, estará à frente do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. A Previdência será comandada pelo líder do partido de Ciro Gomes, Carlos Lupi. O Ministério das Cidades ficará com Jader Filho, enquanto que o das Comunicações será do deputado Juscelino Filho. Lula confirmou o senador eleito Renan Filho para a tutela dos Transportes e o senador Alexandre Silveira para a pasta de Minas e Energia.