Com o ataque do Hamas em Israel, instalaram-se guerra, morte e desumanidade em Gaza, onde foram já subtraídas quase 42 mil vidas
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Ainda a madrugada mal se anunciara, no torpor de um outonal 7 de outubro, e o Mundo desperta, atordoado, com um assalto tático atroz e inesperado. Cerca de um milhar de combatentes do Hamas - grupo islamita que desde 2007 governa a entrincheirada Faixa de Gaza - fintam a sofisticada segurança israelita e infiltram-se no país. Desdobram-se os militantes em massacres nas cidades fronteiriças, varrem alguns kibutz, um festival de música e, em poucas horas, eliminam 1139 vidas, a que se somam 251 civis convertidos em reféns, arrastados para o enclave palestiniano.
À operação que há um ano trocou as voltas aos serviços secretos israelitas, seguiu-se a declaração de guerra de Benjamin Netanyahu que, no mesmo dia, lançou mísseis sobre a estreita língua de terra, onde 2,3 milhões de civis se viram encurralados num conflito que lhes transfigurou a vida, agora cravada de fuga, fome, morte e ausência de rumo, num território em dois terços já totalmente devastado.