A guerra em Gaza, na sequência do ataque do Hamas a 7 de outubro, cumpre um mês com o registo trágico de mais de 10 mil mortos. Acompanhe os desenvolvimentos do conflito no JN.
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O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, atualizou esta segunda-feira para perto de 10 mil o número de pessoas mortas desde o início da guerra com Israel.
De acordo com a mesma informação, citada pela agência de notícias France-Presse, aquele número inclui mais de 4800 crianças e quase 2600 mulheres entre as vítimas mortais desde 7 de outubro.
Num comunicado, o ministério disse que "mais de 200 mártires" foram mortos em intensos bombardeamentos israelitas realizados durante a última madrugada, especificando que este número cobria apenas a Cidade de Gaza e a parte norte da Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas, anunciou hoje que os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza já fizeram mais de 10 mil mortos, desde o início da guerra.
Este número, contabilizado até hoje como 10.022 mortos, foi anunciado pelo porta-voz da entidade, Ashraf al-Qidreh, durante uma conferência de imprensa realizada em Gaza.
A guerra, que cumpre hoje o 31º. dia, começou em 07 de outubro, com um ataque de surpresa realizado pelo grupo islamita Hamas contra o território israelita, que provocou cerca de 1.400 mortos, mais de 5.400 feridos e durante o qual foram feitos mais de 240 reféns.
Mais de 400 estrangeiros e palestinianos com dupla nacionalidade deixaram Gaza em direção ao Egito, após a reabertura da passagem de Rafah, que esteve encerrada devido a um bombardeamento israelita, de acordo com várias fontes. Vinte ambulâncias entraram hoje em Gaza a partir do Egito, bem como 75 camiões de ajuda humanitária. A passagem de Rafah foi reaberta após ter sido encerrada no domingo na sequência de um bombardeamento israelita contra várias ambulâncias no enclave palestiniano.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel ficará encarregado da segurança de Gaza por tempo indeterminado, quando terminar a guerra que trava naquele território contra o movimento islamita palestiniano Hamas.
"Acredito que Israel terá, por um período indefinido, a responsabilidade global pela segurança porque vimos o que acontece quando não a temos", frisou Netanyahu, num excerto da entrevista à estação norte-americana ABC.
"Quando não temos essa responsabilidade pela segurança, o que temos é uma erupção do terror do Hamas numa escala que não poderíamos imaginar", acrescentou.
O governante israelita respondeu, quando questionado sobre quem deveria governar Gaza quando a guerra terminasse: "Aqueles que não querem seguir o caminho do Hamas".
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se, a pedido da China e dos Emirados Árabes Unidos, para discutir o agravamento da situação em Gaza e os recentes ataques aéreos de Israel ao campo de refugiados de Jabalia e a um comboio de ambulâncias perto do Hospital Al Shifa, mas vários diplomatas indicaram no final que "as lacunas" ainda permanecem, um mês depois do início do conflito.
Após a reunião, que decorreu a portas fechadas, o embaixador norte-americano Robert Wood disse aos jornalistas que, "neste momento, ainda não há acordo", apesar de terem sido discutidas pausas humanitárias e de os EUA estarem "interessados em alcançar uma linguagem nesse sentido" numa futura resolução que vá a votos no Conselho de Segurança.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen, disse que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, deveria ter vergonha do seu recente discurso sobre a guerra.
Guterres disse que todas as partes estão a cometer violações do direito internacional humanitário.
"Que vergonha, António Guterres! Mais de 30 menores - incluindo um bebé de nove meses, bem como crianças que testemunharam o assassinato, a sangue frio, dos seus pais -, estão detidos contra a sua vontade na Faixa de Gaza", afirmou Eli Cohen, através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
O governante vincou que o Hamas "é o problema em Gaza" e não as ações de Israel para "eliminar esta organização terrorista".
Vestidos com t-shirts negras com frases impressas, como "Os judeus exigem um cessar-fogo agora" ou "Não em nosso nome", centenas de jovens colocaram faixas com declarações como "O mundo inteiro está a ver" e "Os palestinianos devem ser livres" na base do emblemático monumento símbolo de Nova Iorque.
"As famosas palavras da nossa antepassada judaica Emma Lazarus [poetisa norte-americana do século XIX], gravadas deste monumento, obrigam-nos a agir para a apoiar os palestinianos de Gaza, que aspiram a viver livres", declarou, em comunicado, Jay Saper, da organização Vozes Judaicas para a Paz (JVP, na sigla em Inglês).
Também em comunicado, o grupo Instituto para a Entendimento no Médio Oriente (IMEU, na sigla em Inglês) exigiu "o fim do bombardeamento genocida por Israel de civis palestinianos em Gaza".
A organização Human Rights Watch (HRW) apelou aos aliados de Israel e aos apoiantes das milícias palestinianas para que parem de enviar armas devido ao "risco real de serem utilizadas para cometer abusos graves".
Em comunicado, a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos recordou que tanto os israelitas como os palestinianos são responsáveis por "abusos graves que equivalem a crimes de guerra".
O presidente norte-americano, Joe Biden, debateu com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a "possibilidade de pausas táticas" do Exército israelita na Faixa de Gaza para permitir à população civil palestiniana fugir dos combates.
Numa conversa telefónica, os dois dirigentes "discutiram a possibilidade de pausas táticas para dar aos civis a oportunidade de abandonar em segurança as zonas de combates, garantir que a ajuda [humanitária] chega aos civis que dela necessitam e permitir a eventual libertação de reféns", segundo um comunicado da Casa Branca.
O chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal disse hoje que esperava "palavras de empatia" de Marcelo Rebelo de Sousa, quando se encontrou com o chefe de Estado português e manteve uma conversa sobre o conflito na região. "Estava à espera palavras de empatia pelo presidente da República, sobre os 10 mil palestinianos civis que foram mortos em Gaza, que não estavam de modo algum envolvidos no conflito", frisou Nabil Abuznaid, durante uma entrevista à RTP.
Nabil Abuznaid acrescentou que esperava manter uma conversa privada com Marcelo Rebelo de Sousa, mas os comentários do governante foram "feitos em frente às câmaras". "Queria mesmo ouvir palavras de empatia, respeito o presidente da República e senti que ele me ia dizer algo sobre a infelicidade dos civis palestinianos", insistiu, acrescentando que após o episódio não falou novamente com o chefe de Estado português.
As Nações Unidas lançaram hoje um apelo humanitário de 1,2 mil milhões de dólares (1,12 mil milhões de euros) para ajudar 2,7 milhões de palestinianos, anunciou hoje o secretário-geral da ONU, António Guterres. O apelo abrange não só toda a população da Faixa de Gaza, como meio milhão de palestinianos na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Num pronunciamento à imprensa, Guterres informou que o apelo é promovido pela ONU e pelos seus parceiros. António Guterres salientou que alguma ajuda vital está a chegar a Gaza através da passagem de Rafah, mas que não é suficiente para satisfazer "o oceano de necessidades" do povo palestiniano.
Os Estados Unidos vão continuar a apoiar Israel apesar do elevado número de mortes de civis palestinianos ocorridas na Faixa de Gaza, declarou hoje o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
"Desde o princípio, deixámos claro que vamos continuar a apoiar Israel contra a violenta organização terrorista" Hamas, afirmou Kirby em resposta à pergunta de um jornalista sobre se o número de mortos estava a ter impacto na forma de pensar dos Estados Unidos sobre o seu apoio a Israel.
Kirby insistiu em que se deve recordar o que aconteceu a 07 de outubro, quando o movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza, "começou a massacrar pessoas inocentes enquanto estavam nas suas casas e num festival de música".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esta segunda-feira que o "pesadelo" em Gaza é "uma crise da humanidade", onde "ninguém está seguro", revelando que já morreram mais jornalistas em quatro semanas do que em qualquer conflito nos últimos 30 anos.
Em declarações à imprensa na sede das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Guterres disse que Gaza está a tornar-se "num cemitério de crianças" e voltou a manifestar-se "profundamente preocupado" com as "claras violações do direito humanitário internacional" no terreno.
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O primeiro-ministro israelita afirmou hoje que a destruição do movimento islamita palestiniano Hamas trará à Faixa de Gaza "um verdadeiro futuro" de "promessas e esperança", alertando que, se o Médio Oriente cair no terror, a seguir será a Europa.
Benjamin Netanyahu defendeu, durante uma reunião com diplomatas estrangeiros em Jerusalém, que a guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas "não é uma batalha local". "Se o Médio Oriente cair no eixo do terror, a Europa será a próxima", disse o primeiro-ministro israelita, citado pelo jornal "The Times of Israel".
Da mesma forma, afirmou que se trata de "uma grande batalha entre a civilização e a barbárie" e que "o eixo do terror é liderado pelo Irão", o que inclui o Hamas, o movimento xiita libanês Hezbollah "e seus outros capangas".
Quatro palestinianos foram mortos hoje pelas forças israelitas na Cisjordânia ocupada, que tem visto um aumento de violência desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, informou o Ministério da Saúde palestiniano. Testemunhas disseram à AFP que os homens mortos estavam armados num carro, quando foram intercetados por agentes israelitas disfarçados.
O primeiro-ministro jordano, Bisher al-Khasawneh, advertiu hoje que qualquer tentativa de Israel de criar condições para a deslocação de palestinianos da Faixa de Gaza ou da Cisjordânia será considerada como uma “declaração de guerra”.
Al-Khasawneh sublinhou que a saída forçada dos palestinianos dos seus territórios devido aos ataques das Forças de Defesa de Israel (IDF) é uma das “linhas vermelhas” da sua política, segundo a agência de notícias jordana, Petra.
O rei Abdullah II da Jordânia manifestou anteriormente o seu apoio à Palestina e hoje sublinhou ainda que é o dever de Amã ajudar os feridos na Faixa de Gaza.
“A Jordânia continuará a ser o mais próximo apoiante dos seus irmãos palestinianos”, afirmou nas redes sociais.
O braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas anunciou hoje ter disparado 16 foguetes a partir do Líbano para o norte de Israel, alegando ter como alvo a cidade meridional de Haifa. Em comunicado, as brigadas Ezzedine al-Qassam explicaram que os foguetes foram disparados "em resposta aos massacres e à agressão da ocupação contra o povo na Faixa de Gaza".
O Governo do movimento islamita palestiniano Hamas anunciou a reabertura do terminal de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, hoje, para permitir a saída dos estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade retidos naquele enclave palestiniano.
O posto de passagem de Rafah – o único não controlado por Israel – abriu na semana passada durante três dias (01, 02 e 03 de novembro) para deixar sair dezenas de feridos palestinianos e centenas de titulares de passaportes estrangeiros.
O Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza, condicionou a reabertura do terminal à saída das ambulâncias para o Egito, na sequência de um bombardeamento israelita que atingiu fatalmente os ocupantes de uma ambulância na cidade de Gaza.
Perto de se assinalar um mês da guerra entre Israel e o Hamas, Diana Soller, especialista em Relações Internacionais, lembra que este é um conflito em que ambos os Estados veem a sua "existência posta em causa". Apesar de não ver um fim para os confrontos, para o futuro, perspetiva a construção de dois Estados.
O Reino Unido retirou temporariamente funcionários da sua embaixada em Beirute, bem como os familiares, devido à crise atual no Médio Oriente, declarou hoje o Governo britânico, recomendando aos seus nacionais que não viajem para o Líbano.
"Parte dos funcionários da embaixada britânica e todos os familiares dos trabalhadores foram temporariamente retirados. A embaixada continua a realizar as suas atividades essenciais, incluindo serviços aos cidadãos britânicos", indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
O primeiro-ministro da Palestina emocionou-se, esta segunda-feira, na abertura do Conselho de Ministros em Ramallah. Mohammad Shtayyeh falava sobre as crianças mortas na Faixa de Gaza e não conseguiu conter as lágrimas. "Que os criminosos tenham vergonha", disse.
A União Europeia (UE) vai disponibilizar mais 25 milhões de euros em ajuda humanitária para a população na Faixa de Gaza, anunciou esta segunda-feira a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.
"Anuncio, aqui e hoje, que vamos aumentar a nossa ajuda humanitária a Gaza em mais 25 milhões de euros. Com este aumento, a UE vai disponibilizar um total de 100 milhões de euros em ajuda humanitária para os civis em Gaza", anunciou von der Leyen, durante uma intervenção numa conferência de embaixadores, em Bruxelas.
A presidente da Comissão Europeia acrescentou que Bruxelas está a trabalhar com Israel, o Egito e as Nações Unidas para a criação e manutenção de corredores humanitários e "pausas para necessidades humanitárias", em linha com as conclusões do último Conselho Europeu.
Ursula von der Leyen advertiu que os dois lados têm de concordar em regressar às negociações, mas, da mesma maneira que o movimento islamista Hamas não pode controlar Gaza e decidir pelos palestinianos naquele território, "não pode haver uma presença de segurança de longo prazo por parte de Israel em Gaza".
"Gaza é uma parte essencial de qualquer Estado Palestiniano futuro", completou.
A União Europeia (UE) condenou hoje a violência antissemita na Europa, sublinhando que "nestes tempos difíceis" se mantém ao lado das comunidades judaicas.
"Nestes tempos difíceis, a UE mantém-se ao lado das suas comunidades judaicas", refere um comunicado no qual se condenam os incidentes antissemitas, qualificando-os como "atos odiosos" e que "vão contra tudo o que a Europa representa, contra os nossos valores fundamentais e o nosso modo de vida".
A Turquia pediu esta segunda-feira aos Estados Unidos um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza durante um encontro dos chefes da diplomacia dos dois países em Ancara, disse uma fonte diplomática turca.
O ministro turco Hakan Fidan disse ao homólogo Antony Blinken que era necessário "impedir Israel de atingir civis e deslocar pessoas em Gaza", segundo a fonte citada pela agência francesa AFP.
Fidan defendeu a declaração imediata de "um cessar-fogo completo", disse a mesma fonte turca à AFP, sob a condição de não ser identificada.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas alertou esta segunda-feira que os alimentos básicos destinados à população civil em Gaza podem esgotar-se nos próximos três dias.
Os abastecimentos que entraram no enclave através do Egito são muito escassos face às necessidades, principalmente alimentos destinados ao consumo imediato como atum (em conserva), arroz, barras energéticas e tâmaras. A farinha destina-se exclusivamente às padarias.
Por outro lado, o Gabinete para a Coordenação da Ajuda Humanitária das Nações Unidas (OCHA) avisou, no domingo, que "um número limitado" de camiões com bens humanitários conseguiram cruzar a fronteira de Rafah, não tendo especificado mais dados sobre o trânsito de veículos que transportaram auxílio básico no último fim de semana.
O exército de Israel confirmou esta segunda-feira que bombardeou durante a madrugada 450 alvos do Hamas e matou um líder do movimento islamita palestiniano na Faixa de Gaza, que as forças israelitas querem dividir ao meio.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) disseram que "atacaram 450 alvos pelo ar e mataram comandantes do Hamas em cooperação conjunta com o Shin Bet", a agência de inteligência militar israelita.
Num comunicado, os militares acrescentaram que as tropas no terreno "assumiram o controle de um complexo militar do Hamas", que era composto de "postos de observação, áreas de treino para membros do Hamas e túneis terroristas subterrâneos".
O exército acrescentou que "vários terroristas do Hamas morreram durante a operação", na Faixa de Gaza, que no domingo à noite sofreu o seu terceiro apagão total de telecomunicações desde o início da guerra, a 7 de outubro.
As IDF não especificaram a localização do complexo militar do Hamas, mas no domingo à noite um porta-voz indicou que as tropas israelitas tinham alcançado a costa do Mediterrâneo, cortando o enclave em dois.
O Exército israelita anunciou esta segunda-feira a abertura de um novo corredor para que os civis de Gaza que ainda permanecem no norte da Faixa de Gaza possam deslocar-se para o sul do enclave.
"Para sua segurança aproveite o momento para avançar para o sul, para além de Wadi Gaza (norte)", afirmou o porta-voz Avichay Adraee das Forças de Defesa de Israel, através de uma mensagem em árabe difundida na rede social X.
O porta-voz indica que o corredor vai permanecer aberto durante um período de quatro horas.
A China apelou esta segunda-feira a que se "garanta a segurança dos civis e dos hospitais" em Gaza e afirmou que vai instar o Conselho de Segurança da ONU a "tomar medidas responsáveis e significativas" para "aliviar a crise".
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, condenou em conferência de imprensa "os atos que prejudicam os civis, destroem infraestruturas civis e violam o direito humanitário internacional" e as "violações das regras básicas das relações internacionais", numa referência aos bombardeamentos israelitas em Gaza na guerra contra o movimento islamita Hamas.
Wang apelou à "máxima calma e contenção", a um "cessar-fogo imediato e à cessação das hostilidades" e a que se "garanta a segurança dos civis, hospitais e de outras instalações civis" cuja proteção está prevista na Convenção de Genebra, visando "evitar mais catástrofes humanitárias".
O alto-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros reconheceu esta segunda-feira que o agravamento do conflito israelo-palestiniano é "resultado de um falhanço político e moral coletivo" e que nada foi feito para o resolver realmente.
"A tragédia que está a desenrolar-se no Médio Oriente é o resultado de um falhanço político e moral coletivo, e as populações israelita e palestiniana estão a pagar um preço alto por isso. Este falhanço político e moral é resultado da nossa falta de vontade para resolver o problema israelo-palestiniano", disse Josep Borrell, na abertura de uma conferência com embaixadores, em Bruxelas.
O exército israelita anunciou esta segunda-feira a detenção da ativista Ahed Tamimi, de 22 anos, ícone internacional da causa palestiniana, durante uma operação na Cisjordânia ocupada.
"Ahed Tamimi, suspeita de incitamento à violência e de atividades terroristas, foi detida na cidade de Nabi Saleh. Tamimi foi transferida para a custódia das forças de segurança israelitas para ser interrogada", declarou um porta-voz do exército à agência de notícias France-Presse (AFP).
A ativista foi detida durante uma operação do exército israelita "destinada a deter indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em atividades terroristas e de incitamento ao ódio" no norte da Cisjordânia ocupada, acrescentou a mesma fonte.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, iniciaram esta segunda-feira, em Ancara, o primeiro encontro desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
De acordo com a agência France Presse, Antony Blinken vai tentar apaziguar as posições de Ancara - um dos aliados estratégicos mas também mais difíceis de Washington - em plena guerra em Gaza.
Segundo a AFP, até ao momento não está previsto qualquer encontro com o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
O chefe de Estado da Turquia já acusou Israel de estar a cometer um massacre em Gaza e nega que o braço armado do Hamas seja uma organização terrorista, tal como consideram os Estados Unidos e a União Europeia.
Bom dia. Acompanhe aqui todo o noticiário relevante acerca dos ataques à Faixa de Gaza, neste que é o 30.º dia consecutivo de ofensiva israelita em territórios palestinianos desde os ataques perpetrados pelo grupo palestiniano radical Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro.
Os chefes das principais agências da ONU expressaram indignação pela morte de civis na Faixa de Gaza num comunicado conjunto em que apelam a um "cessar-fogo humanitário imediato" na guerra entre Israel e o Hamas.
"Durante quase um mês, o mundo assistiu ao desenrolar da situação em Israel e no território palestiniano ocupado com choque e horror perante o número (crescente) de vidas perdidas e devastadas", escreveram os chefes das agências da ONU, numa rara declaração conjunta divulgada no domingo.
Segundo a Agência de Notícias Palestina (Wafa), pelo menos 27 pessoas foram mortas na sequência de uma série de ataques em Gaza na madrugada desta segunda-feira.
Pelo menos 15 pessoas foram mortas num ataque no bairro de Tal al-Sultan, em Rafah, no sul de Gaza, 10 pessoas em Al-Zawaida, no centro da Faixa de Gaza, enquanto duas outras foram mortas num ataque a um campo de refugiados de Jabalia.
Algumas zonas de Gaza ainda não foram contactadas pelas autoridades ou pelos serviços de emergência devido aos fortes bombardeamentos registados na madrugada desta segunda-feira e é possível que o número de mortos possa ser superior.