A Somália enfrenta uma "catástrofe humanitária" e há 250 mil crianças somalis a sofrer de "grave subnutrição", disse, esta sexta-feira, o director de uma organização não governamental.
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"Nas últimas semanas, assistimos a uma deterioração da situação, a ponto de agora já não se poder falar de crise humanitária nem de emergência humanitária mas sim de uma catástrofe humanitária", disse Jens Opperman, director da organização não governamental 'Action Contra La Faim' à agência France Presse.
Toda a região do Corno de África está actualmente a ser afectada pela pior seca dos últimos 60 anos, ameaçando de fome 12 milhões de pessoas na Somália, no Djibuti, na Etiópia, na Eritreia, no Sul do Sudão e no norte do Quénia. "Não temos capacidade para fornecer ajuda suficiente a toda a gente", alertou.
Em Genebra, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou o envio de "quantidades maciças" de auxílio para um campo no norte do Quénia, onde se encontram milhares de refugiados somalis. Um primeiro avião com 100 toneladas de tendas deverá chegar a Nairobi no domingo, anunciou o porta-voz Adrian Edwards.
As tendas e outro material destinam-se a um campo de refugiados construído em 1991 para acolher 90 mil pessoas em fuga da guerra civil na Somália. Actualmente, vivem lá 439 mil somalis, disse Edwards.
Também esta sexta-feira, um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou que Washington vai aumentar o orçamento para o auxílio de refugiados no Leste de África, embora sem quantificar os montantes. Os EUA já tinham prometido 68 milhões de dólares (51 milhões de euros) em ajuda humanitária para a região.
Por sua vez, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França apelou, "em nome da presidência francesa do G20", para a realização de uma "reunião de emergência" da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) para lidar com a crise no Corno de África.
"A França deseja igualmente uma mobilização da União Europeia. Desejamos particularmente que esta crise alimentar seja discutida nos próximos conselhos dos ministros dos Negócios Estrangeiros e dos ministros da Agricultura e da Pesca", segundo um comunicado.