A Human Rights Watch admitiu que possa haver motivações políticas nas detenções de dezenas de personalidades por alegada corrupção na Arábia Saudita, na passada semana.
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A Human Rights Watch (HRW) considera que as detenções de ministros, homens de negócios e príncipes podem fazer parte de uma luta pelo poder no reino. Entre os detidos está o milionário Al-Walid ben Talal e o antigo chefe da Guarda Nacional, o príncipe Metab ben Abdullah.
O plano de detenções foi concebido depois de uma nova comissão de investigação da corrupção, formada sob a direção do príncipe herdeiro Mohammed ben Salmane, ter determinado em consolidar o poder.
"A criação de um novo órgão de luta contra a corrupção e detenções em massa, a meio da noite, levantam preocupações", referiu Sarah Leah Whitson, diretora da HRW no Médio Oriente.
Esta responsável revelou inquietação pelo facto das detenções se realizarem sem que as autoridades avancem com as razões.
A organização não-governamental apelou às autoridades sauditas que esclareçam as fundamentações para as detenções, fornecendo as provas contra cada uma das pessoas, para que elas possam ter acesso aos direitos legais.
No entanto, a Arábia Saudita defendeu que as detenções foram legais, salientou que os suspeitos foram alvo de inquéritos aprofundados e afirmou que serão julgados.
HRW assinalou que é positiva a luta contra a corrupção perpetrada pelas autoridades sauditas, porém sublinhou que "o meio mais adequado de o fazer é levar até ao fim as investigações judiciais e não proceder a detenções em massa e sensacionalistas".
Parte das detenções foram realizadas em hotéis de luxo, sendo o mais mencionado o Ritz Carlton de Riade.