Jacques Delors, antigo ministro ministro francês da Economia e presidente da Comissão Europeia durante uma década, morreu esta quarta-feira, aos 98 anos.
Corpo do artigo
O presidente francês, Emmanuel Macron, enalteceu o antigo presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, como "incansável artífice da Europa" que "lutou pela justiça humana". "O compromisso [de Delors], o seu ideal e a sua retidão sempre nos inspirarão. Saúdo a sua obra e a sua memória e compartilho a dor dos seus familiares", adiantou
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, lamentou a morte do antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, recordando-o como um "gigante" pela construção da União Europeia (UE), em prol de "uma Europa unida".
"Último cidadão honorário da Europa, trabalhou incansavelmente como presidente da Comissão Europeia e membro do Parlamento Europeu em prol de uma Europa unida. Gerações de europeus continuarão a beneficiar do seu legado", adiantou a líder da assembleia europeia.
"Com a morte de Jacques Delors, antigo presidente da Comissão Europeia com quem tive a honra e o prazer de colaborar em tantas ocasiões, a Europa perdeu um dos seus mais extraordinários líderes. Alguém que combinava os 'pequenos passos' da integração europeia com o ideal de uma Europa unida", considerou em nota enviada à Lusa Durão Barroso, que liderou a Comissão entre 2004 e 2014.
"Todos nós somos herdeiros da obra de vida de Jacques Delors: uma União Europeia dinâmica e próspera. Jacques Delors forjou a sua visão de uma Europa unida e centrada no seu empenho na paz durante as horas sombrias da Segunda Guerra Mundial", reagiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.
A líder do executivo comunitário recorda o seu antigo homólogo como um "defensor incansável da cooperação entre as nações europeias e, posteriormente, do desenvolvimento da identidade europeia", destacando a sua "inteligência notável e uma humanidade sem paralelo".
"Uma ideia que concretizou graças, nomeadamente, à criação do Mercado Único, ao programa Erasmus e às primeiras etapas de uma moeda única, dando assim forma a um bloco europeu próspero e influente", elencou.
"O seu trabalho teve um impacto profundo na vida de gerações de europeus, incluindo a minha. Estamos-lhe profundamente gratos. Honremos o seu legado, renovando e revigorando continuamente a nossa Europa", adiantou a responsável alemã.
"É um Homem com letra grande que nos deixou hoje", refere Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota divulgada no site da Presidência da República.
O chefe de Estado destaca o papel de Jacques Delors na "evolução das Comunidades para uma União Europeia" e como "mobilizador das grandes reformas dos anos 80 e 90, institucionais e financeiras, do alargamento a Portugal e Espanha".
"Jacques Delors encarna para muitos europeus a própria construção europeia". Marcelo Rebelo de Sousa atribui ainda a Delors o "respeito e reafirmação de que a Europa deve ser uma construção dos seus povos e dos seus Estados".
"A Europa será de todos, será solidária ou não será, dos mais necessitados como dos que tiveram melhor sorte, dos do sul como dos do norte, do leste ou do oeste, deles e delas, de todos, todos, todos", sublinha o presidente da República, parafraseando o Papa Francisco.
Numa mensagem divulgada através da sua página na rede social X (antigo Twitter), o presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva escreveu que "Jacques Delors é um dos grandes construtores da Europa".
"A Europa que sonhou e por que se bateu: a Europa social, a Europa da coesão, em que o crescimento económico e a justiça social formam um par. Obrigado!", lê-se na mesma publicação naquela rede social.
O primeiro-ministro, António Costa, considera que a Europa perdeu "um dos maiores vultos da sua história contemporânea".
António Costa lembrou também que Jacques Delors, "um dos grandes impulsionadores da integração europeia, foi também e sobretudo um grande amigo de Portugal". Foi durante a sua presidência que "Portugal aderiu às então Comunidades, percorrendo um caminho que levou o país a consolidar-se como um país desenvolvido, moderno e democrático", assinalou na sua conta oficial na rede social X (antigo Twitter).
"Numa época em que a União Europeia de novo enfrenta desafios sem precedentes, o legado de Delors inspira-nos a um compromisso renovado com esta Comunidade de prosperidade e de valores partilhados, que torne a Europa mais forte, mais solidária e mais coesa", acrescentou o líder do executivo português.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, recordou a "visão e liderança" do antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, prestando homenagem ao "Senhor Europa" e lembrando momentos como a união monetária ou a adesão dos países ibéricos. "A União Europeia confunde-se com a visão e a liderança de Jacques Delors. A coesão económica e social, a união monetária, o mercado interno, a adesão dos países ibéricos e nórdicos, o reforço da Comissão. Nada mais foi igual. A minha homenagem ao Senhor Europa!", sublinhou Luís Montenegro.
O ex-comissário europeu Carlos Moedas lamentou a morte do antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, afirmando que "marcou a história da Europa e a História de Portugal".
Fazendo uma alusão à citação de Delors em 1985, nos claustros do Jerónimos, de que "ou nos salvaremos juntos ou pereceremos cada um para seu lado, Carlos Moedas defendeu ser esse o "espírito da Europa".
"Precisamos cada vez mais uns dos outros", sublinhou o também presidente da Câmara de Lisboa numa curta mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).
A presidente da delegação do PS no Parlamento Europeu, Maria Manuel Leitão Marques, recordou a "visão para a construção europeia" do antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, "alargando muito aquela que tinha sido a dos seus fundadores".
Numa nota enviada à agência Lusa, a eurodeputada socialista destacou ainda o passo dado por Jacques Delors, que à frente da Comissão Europeia fez com que, "de económica, a Comunidade tivesse passado a ser política, além de tudo o resto".
"Quero, nesta hora em que nos despedimos de Jacques Delors, homenagear um verdadeiro amigo de Portugal, crucial para a integração de Portugal na grande família europeia", escreve Cavaco Silva numa nota enviada à agência Lusa a propósito da morte do ex-presidente da Comissão Europeia.
O ex-chefe de Estado e antigo primeiro-ministro classifica Delors como "um gigante do processo de construção europeia e um grande amigo de Portugal", sublinhando o seu contributo "absolutamente decisivo para a criação do grande mercado interno europeu, da liberdade de circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais e da União Económica e Monetária, que instituiu o Banco Central Europeu e a moeda única, o Euro".
"Se a União Europeia é hoje um caso de sucesso em muitos domínios, isso deve-se à visão, à determinação e à perspicácia de Jacques Delors, que soube ultrapassar momentos delicados para dar passos determinantes", salienta.
"O contributo de Jacques Delors foi da maior importância para o sucesso de negociações particularmente relevantes para Portugal", refere ainda o ex-presidente, apontando os casos da "criação da política europeia de coesão económica e social e a aprovação dos Pacotes Delors I e II", mas também de "negociações específicas" para Portugal, "como os programas de apoio à indústria portuguesa (PEDIP), ao desenvolvimento dos Açores e da Madeira (POSEIMA) e à modernização da indústria têxtil e do vestuário".
O Livre lamentou a morte do antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, aos 98 anos, enaltecendo o seu "contributo para uma Europa unida e cada vez mais social".
Em comunicado, o Livre escreve que "Jacques Delors foi mais do que um político socialista francês, foi um político europeu cujo trabalho e dedicação transcenderam as fronteiras que outrora foram palco de guerra". "O seu contributo para uma Europa unida e cada vez mais social é um legado que ainda perdura. O seu trabalho, primeiro como eurodeputado, e depois como o Presidente da Comissão Europeia que mais tempo assumiu o cargo, foi marcado pelo empenhamento na construção de uma Europa mais justa, pacífica e democrática", lê-se no texto.
Mesmo após terminar o mandato, Delors "continuou ativo e propositivo no processo de aprofundamento da integração europeia".
"Jacques Delors defendeu a unificação europeia como ninguém: durante uma década, ele dirigiu a Comissão Europeia e, como visionário, tornou-se o construtor da UE como a conhecemos hoje", afirmou o chanceler alemão Olaf Scholz numa mensagem na sua conta na rede social X.
"É nossa responsabilidade continuar o seu trabalho hoje para o bem da Europa", adiantou Scholz .