<p>O Irão ordenou o início da construção de cinco novas fábricas de enriquecimento de urânio e a identificação de locais para erigir outras cinco. </p>
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Os governos norte-americano, britânico e alemão manifestaram hoje, domingo, inquietação com o anúncio de que o Irão pretende construir dez novas centrais de enriquecimento de urânio, que pode ser usado no fabrico de armas nucleares.
Em Washington, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que os desenvolvimentos mostram que Irão "está a escolher o isolamento" em relação à comunidade internacional.
Frisou ainda que a Agência Internacional da Energia Atómica, das Nações Unidas, já censurou Teerão por não cumprir as suas obrigações decorrentes de resoluções aprovadas.
Dois dias após a adopção pela AIEA de uma resolução que condena Teerão pelo seu controverso programa nuclear, o Irão anunciou a possibilidade de vir a produzir urânio enriquecido a 20 por cento e de construir dez novas fábricas para esse fim.
O governo iraniano vai estudar o assunto durante a sua reunião de quarta-feira, declarou o presidente Mahmud Ahmadinejad, citado pela televisão pública.
O Irão ordenou hoje, domingo, à sua Agência da Energia Atómica que inicie a construção das novas fábricas em cinco locais já escolhidos e que comece a identificar sítios para as restantes cinco, ainda de acordo com a televisão oficial.
Adoptada na sexta-feira, a resolução da AIEA pede a "suspensão" da construção da nova fábrica de enriquecimento de urânio em Fordo (centro), cuja existência só foi revelada à comunidade internacional em Setembro passado.
Em Londres, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros também reagiu com desagrado às novas informações.
"As informações segundo as quais Irão tem em vista construir novas centrais constituem claramente um assunto de preocupação séria. Seria uma violação deliberada das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou o Ministério.
Também a Alemanha afirmou, através de nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, estar a seguir "com preocupação" os desenvolvimentos.
Berlim exorta ainda o Irão a "cumprir os seus compromissos para com a comunidade internacional".