A missão de inspetores da Organização das Nações Unidas já se encontra no local do presumível ataque com armas químicas, nos arredores de Damasco.
Corpo do artigo
De acordo a informação divulgada por Abu Nadim, um ativista da zona de Damasco, e por vídeos divulgados "online", os inspetores da ONU encontraram-se, esta segunda-feira, com médicos e sobreviventes do presumível ataque químico ocorrido há cinco dias.
"Os inspetores conseguiram entrar na localidade de Moadamiyet al-Sham, com civis, e visitar o centro do Crescente Vermelho, onde encontraram pessoal médico", contou Abu Nadim à AFP.
"Falaram também com pessoas que apresentavam sintomas de (terem sido atingidas por) armas químicas e com familiares de mártires", acrescentou o militante da zona de Damasco.
Nos vídeos difundidos na Internet, os inspetores parecem estar num hospital de campanha, com capacetes azuis, e a falar em inglês. Numa outra sala, um médico traduz as declarações de um homem, enquanto um dos elementos da missão toma notas.
Em declarações à agência noticiosa espanhola EFE, o porta-voz do centro de imprensa de Moadamiyet al-Sham, Wasim al-Ahmed, que acompanha a missão de investigadores, explicou que os investigadores tiveram acesso a alguns dos locais e edifícios bombardeados e que peritos recolheram amostras de sangue e cabelo.
Embora tenha conseguido chegar ao local, a missão da ONU foi alvo de atiradores emboscados, ainda não identificados. Enquanto o regime de Bashar al-Assad atribuiu aos rebeldes a responsabilidade dos disparos, os rebeldes acusaram milícias de apoio ao governo de estarem por de trás do tiroteio.
No domingo, quatro dias após o presumível ataque, o regime sírio autorizou a realização da missão de peritos da ONU a Moadamiyat al-Sham para investigar o alegado uso de armas químicas.
A autorização foi concedida depois da pressão exercida por vários países ocidentais, que se encontram a estudar opções militares em resposta ao ataque. À equipa da ONU, presente no local, cabe apenas a tarefa de identificar se foram ou não usadas armas químicas. A identificação dos autores do ataque não cabe à organização.